Cine Metrópolis traz estreias para o público. Confira a programação

25/07/2018 - 12:52  •  Atualizado 31/07/2018 11:39
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A programação do Cine Metrópolis para a semana está cheia de novidades! O público vai acompanhar, a partir desta quinta-feira, 26, as estreias dos documentários Vinte Anos, uma coprodução entre Brasil e Cuba que recupera as histórias de amor de três casais cubanos; e Auto da Resistência, que apresenta um panorama da onda de homicídios praticados pela polícia carioca contra civis. A outra estreia é o drama Alguma Coisa Assim. Coproduzido por Brasil e Alemanha, a obra narra a vida de dois jovens ao longo de 10 anos. A programação completa pode ser conferida abaixo.

Vinte Anos

O documentário Vinte Anos (foto), da diretora Alice de Andrade, é a pré-estreia da semana. O ponto de partida da obra é o casting (trabalho de descoberta de novos atores e personagens) para o primeiro curta de Alice, Lua de Miel, de 1992, no qual a diretora reuniu 40 casais cubanos que se casariam em setembro daquele ano. Desses, dois casais tiveram suas entrevistas utilizadas nas filmagens e todo o material restante foi arquivado. Passadas duas décadas, a cineasta retornou a Cuba e retomou o material para a realização do longa que retrata, além das recentes transformações do país, a vida de três casais que, no passado, se preparavam para o casamento.

Pela tela do cinema, e após uma breve narração da diretora no início do filme, o público é convidado a conhecer o cotidiano de cada uma das três famílias revisitadas, entrando nas casas dos personagens para conhecer seus costumes, seus problemas, suas angústias e saber como é viver atualmente na ilha.

Alguma Coisa Assim

O drama Alguma Coisa Assim (foto), de Mariana Bastos e Esmir Filho, foi filmado ao longo de 10 anos. Seria um Boyhood brasileiro, em referência ao filme do diretor Richard Linklater, lançado em 2014. Aqui, os atores André Antunes e Caroline Abras envelhecem e amadurecem junto com o desenvolvimento de seus personagens, Caio e Mari, que são melhores amigos na adolescência, se distanciam, acompanham a trajetória um do outro à distância e, ao longo de uma década, se reencontram em três momentos muito importantes de suas vidas, jogando por terra qualquer tentativa de rotular a relação que mantêm.

Alguma Coisa Assim traz cenas filmadas em 2006, 2013 e 2016 em São Paulo e em Berlim, com discussões sobre aborto, casamento, homossexualidade e relacionamento aberto. O longa é derivado do curta homônimo, de 15 minutos, lançado em 2006, no qual os diretores mostram a noite em que Caio e Mari se aventuram pela rua Augusta, rodando por botecos. Após entrar em uma balada, Caio dá seu primeiro beijo em outro homem, vivido por Daniel Tavares – o que parece deixar Mari enciumada. Assim é criado o esqueleto para a “nova” história, originando o longa que acompanha a transformação das cidades e dos personagens, vivendo as dores e as delícias de uma relação sem rótulos.

Auto da Resistência

O documentário acompanha a trajetória de personagens que lidam com os homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em seu cotidiano, mostrando o tratamento dado pelo Estado a esses casos desde o momento em que o indivíduo é morto, passando pela investigação, até as fases de arquivamento ou julgamento por um tribunal do júri.

A obra explica que esses casos eram conhecidos pela expressão “auto da resistência” – classificação utilizada para se evitar que os policiais sejam responsabilizados pelos homicídios, já que eles alegam legítima defesa. O termo foi abolido em 2012 mas, de acordo com a jornalista, pesquisadora e uma das diretoras do filme Natasha Neri, mantém a lógica de criminalizar a vítima.

No documentário, os casos são acompanhados por meio do olhar dos familiares e pelo sistema de justiça, enfatizando situações em que vídeos que caíram nas redes sociais ou a militância dos parentes e amigos contribuíram para a investigação. A vereadora Marielle Franco, morta em 14 de março, chega a aparecer no filme em passagens de protestos de mulheres antes de ela ser eleita.

Auto da Resistência ganhou o prêmio de Melhor Documentário Nacional de Longa ou Média-Metragem no Festival “É Tudo Verdade 2018”.


Serviço:

Vinte Anos (Brasil/Cuba, 2017, cor, 80’, livre)
Pré-estreia quinta-feira, 26/07, às 19h40

Alguma Coisa Assim (Brasil/Alemanha, 2017, cor, 81’, 16 anos)
Quinta-feira (26), às 18h;
Sexta-feira (27); Sábado (28); Domingo, (29); Segunda-feira (30); Terça-feira (31); e Quarta-feira (01), às 19h30

Auto da Resistência (Brasil, 2018, cor, 104’, 16 anos)
Quinta-feira (26), às 15h50;
Sexta-feira (27); Sábado (28); Domingo (29); Segunda-feira (30), às 17h;
Terça-feira (31) e Quarta-feira (01), às 19h30


Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho