Documentário Travessia estreia no Cine Metrópolis. Confira a programação

14/06/2018 - 18:54  •  Atualizado 20/06/2018 10:21
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Entre os dias 14 e 20 de junho, o Cine Metrópolis, no campus de Goiabeiras, vai exibir uma variada programação de filmes. A estreia da semana é o documentário Travessia (foto), da diretora Safira Moreira. Com primeira exibição nesta quinta-feira, 14, o curta utiliza linguagem poética para retratar a busca pela memória fotográfica das famílias negras, assumindo uma postura crítica e afirmativa diante da quase ausência e da estigmatização da representação do negro.

O filme se inicia com a apresentação de uma emblemática fotografia em preto e branco, onde se vê uma mulher negra com uma criança branca nos braços; no verso, a inscrição “Tarcizinho e sua babá” escrita à mão. Safira, então, explica que “a babá” não identificada é sua bisavó e que aquela é a única recordação que se tem da matriarca. É nesse momento que a diretora percebe que quase não tem registros (fotos ou vídeos) de seus parentes, devido à escassez de dispositivos que evoquem a lembrança das famílias negras, já que a cultura da preservação da memória familiar é mais comumente utilizada no meio das famílias brancas – ponto crucial de Travessia.

No curta, a diretora inspira o espectador a buscar conhecer os próprios antepassados para que reconheçam o que avançou, o que permaneceu e o que não deve se repetir na história.

O premiado Travessia, em seus cinco minutos de duração, recria histórias por meio de fotografias com as quais Safira, que também é fotógrafa, parece discutir sobre o poder das imagens na construção identitária de cada um.

Baronesa

Logo após a sessão de Travessia, o Cine Metrópolis exibe o filme Baronesa, da diretora mineira Juliana Antunes. Em uma mistura de documentário com ficção, o longa retrata o cotidiano de duas vizinhas e amigas que moram no bairro Juliana, localizado na periferia de Belo Horizonte. Andreia quer se mudar; Leidiane e os filhos esperam pelo marido, que está preso. Em comum, as tentativas de se desviar dos perigos de uma guerra do tráfico em curso e evitar as tragédias trazidas como consequência.

Em seus 75 minutos de duração, Baronesa usa atrizes amadoras, locações reais e traz diálogos inacreditáveis. Juliana faz um retrato tão preciso da realidade que pode levar os espectadores a pensar tratar-se de ficção.

Sessão Especial

Na sexta-feira, 15, o Cine Metrópolis exibe o filme Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência. Dirigido por Adriane Canan, o documentário conta a história de cinco mulheres de diferentes regiões do país vítimas de desastres ambientais que resultaram no desabamento de barragens. Adriane busca mostrar como elas tentam superar o ocorrido por meio da técnica de bordado das “arpilleras”, utilizada como denúncia na ditadura militar do Chile. Paralelamente, o filme aborda o papel da mulher na sociedade brasileira.

Arpilleras começou a ser produzido em 2015 pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que há 26 anos atua na luta pelos direitos dos impactados pelas construções de barragens em todo o Brasil. Após a sessão do filme, que tem entrada gratuita, haverá um debate com os espectadores.

Serviço

Paraíso Perdido (Brasil, 2018, cor, 110’, 14 anos)

Quinta-feira, 14, às 17h50
Sábado, 16, às 16h15
Segunda-feira, 18, às 17h50
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)

Travessia (Brasil, 2017, cor, 5’, livre) e Baronesa (Brasil, 2017, cor, 71’, 16 anos)

Quinta-feira, 14, às 20h
Sexta-feira, 15, às 17h30
Sábado, 16, às 18h20
Segunda-feira, 18, às 20h
Terça-feira, 19, e quarta-feira, 20, às 17h30
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)

Arpilleras: atingidas por barragens bordando a resistência (Brasil, 2017, cor, 97’)

Sexta-feira, 15, às 19h
Entrada franca

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho