Núcleo de Doenças Infecciosas é destaque em premiações no Brasil e no exterior

27/11/2018 - 11:00  •  Atualizado 29/11/2018 15:26
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O projeto de pesquisa Células T* Senescentes Circulantes associadas à inflamação sistêmica e ao tamanho da lesão durante o tratamento cutâneo humano, desenvolvido pelo Núcleo de Doenças Infecciosas (NDI) da Ufes, recebeu o prêmio de Melhor Trabalho da categoria profissional no Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia, ocorrido em outubro.

As Células T são um grupo de glóbulos brancos (leucócitos) responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos, logo, são antígenos. O trabalho vem sendo desenvolvido pela Dra Luciana Polaco Covre, sob orientação do professor Daniel Gomes e em colaboração com a University College London (UCL).

Também participam diretamente deste trabalho os professores Aloisio Falqueto, do Departamento de Medicina Social da Ufes, e Arne Akbar, da UCL. O projeto conta ainda com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Medical Research Conciul-UK (MRC) e Newton Fund.

A pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Imunobiologia, levanta questões de saúde pública importantes mundialmente. “Essas pesquisas contribuem para o desenvolvimento de novas estratégias de diagnóstico e terapêutica (vacina e medicamentos) para diversas doenças incluindo leishmaniose, tuberculose, dengue, zika, malária, entre outras”, afirma o professor Daniel Gomes, que coordena o espaço.

Prêmio internacional

O mesmo laboratório concorre como finalista ao Prêmio Newton (Newton Prize 2018), que apoia pesquisas de 17 países com colaboração ativa com o Reino Unido. A pesquisa "Papel das células T NK e senescentes na patogênese da leishmaniose tegumentar humana" disputa a premiação. 

As células NK (sigla do inglês natural killer – exterminadoras naturais) são conhecidas assim por influenciar na resposta precoce às células tumorais e infecções virais. Elas são oriundas da medula óssea e a presença do citoplasma granular abundante, permitem diferenciá-las do linfócito T. A doença que é o objeto de estudo da pesquisa, leishmaniose tegumentar humana, é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Leishmania, que provoca feridas indolores na pele e nas mucosas do corpo. No Brasil, a patologia é conhecida popularmente como "úlcera de bauru" ou "ferida brava", transmitida pelos mosquitos do gênero Lutzomyia, também chamados de mosquitos palha. "Os resultados dessa pesquisa trazem uma nova interpretação da doença para a comunidade científica e podem beneficiar grandemente os atuais programas de eliminação da doença com impacto na saúde pública mundial", conta Daniel.

Essa pesquisa aponta fatores importantes tanto em relação à gravidade da infecção quanto à cura, o que pode contribuir com novas metodologias de tratamento e diagnóstico. "Os resultados dessa pesquisa trazem uma nova interpretação da doença para a comunidade científica e podem beneficiar grandemente os atuais programas de eliminação da doença com impacto na saúde pública mundial, potencializando a pesquisa capixaba nesse cenário", afirma professor Daniel.

A cada ano, o Newton Prize é concedido a projetos que se destacam em ciência ou inovação, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e o bem-estar social dos países parceiros do Newton Fund. O prêmio tem como enfoque os desafios enfrentados pelo mundo em desenvolvimento, como pobreza, mudanças climáticas e saúde pública, para serem selecionados os projetos selecionados precisam apresentar propostas que ajudem a resolvê-los.

Para o professor responsável, o caráter multidisciplinar das pesquisas do NDI tem o valor agregado de envolver a colaboração de vários estudiosos e laboratórios. "A atividade impulsiona a troca de expertises e amplia o conhecimento no treinamento de recursos humanos. Além disso, já observamos o aumento da produtividade, e consequentemente, da competitividade dos laboratórios do Núcleo frente ao cenário da pesquisa mundial."

 

Texto: Cássia Rocha (estagiária de Comunicação)
Foto: Acervo pessoal (Da esquerda para direita: Prof. Daniel Gomes, coordenador do projeto no Brasil; Prof. Arne Akbar, colaborador do projeto do Reino Unido; e Luciana Covre, pós-doutoranda do programa de pós-graduação em Doenças Infecciosas da Ufes, no dia em que o projeto foi apresentado)