Por Luiz Vital
O Laboratório de Biotecnologia Aplicada ao Agronegócio da Ufes e o Laboratório de Biotecnologia da Universidade de Brasília (UnB) realizarão nos dias 5 e 6 de dezembro o workshop “Visão de futuro e agenda para a pesquisa e aplicação da levedura Saccharomyces cerevisiae”. O evento será realizado a partir das 9 horas no Núcleo de Biotecnologia da Ufes, localizado no campus de Maruípe, e reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros para debater o futuro do desenvolvimento da Biotecnologia em relação ao estudo e aplicação de leveduras para os próximos 10 anos, no Brasil e no mundo.
O workshop buscará elaborar mapas tecnológicos de temas estratégicos para o estudo das leveduras no Brasil e em outros países, visando identificar gargalos e oportunidades tecnológicas e de mercado.
O evento conta com o apoio do Instituto de Inovação Tecnológica (Init) e da Pró-Reitoria de Planejamento da Ufes, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) e do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
“Um dos objetivos é construir uma visão de futuro, traçando ações para que os participantes direcionem as suas pesquisas para o desenvolvimento e inovações em levedura”, informa a professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Ufes, Patrícia Machado Bueno Fernandes.
O professor e coordenador do Init/Ufes, Antonio Alberto Ribeiro Fernandes, um dos organizadores do workshop, destaca que um dos focos do evento é a formação de recursos humanos, mapeamento da infraestrutura física, marco regulatório, aspectos mercadológicos, aspectos éticos, investimentos públicos e privados em pesquisa e inovação e aceitação por parte da sociedade.
Alimentos
Patrícia Fernandes explica que as leveduras estão presentes nas casas das pessoas, todos os dias, na preparação de alimentos e bebidas. “Esses microrganismos são utilizados, desde a antiguidade, na produção de bebidas alcoólicas, por sua capacidade de decompor o açúcar em álcool etílico e dióxido de carbono”, exemplifica. “Quando se fala em leveduras lembra-se imediatamente de Saccharomyces cerevisiae (foto), nome criado a partir de uma linhagem de levedura observada no malte em 1837, e que pode ser considerado o mais antigo ‘organismo doméstico’ da história”, observa.
De acordo com a professora, desde 6000 a.C a Saccharomyces cerevisiae é usada na fermentação de cerveja na Suméria e na Babilônia, na produção de vinho na Geórgia, e como fermento para a massa do pão no Egito.