Pesquisadores selecionam pessoas para tratamento de transtornos de ansiedade

16/10/2018 - 18:31  •  Atualizado 17/10/2018 22:58
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Uma equipe interinstitucional de pesquisadores abriu processo de seleção de pessoas que queiram participar de pesquisa clínica, direcionada para o uso de tecnologias de realidade virtual no tratamento de transtornos de ansiedade. O projeto de pesquisa será desenvolvido na Ufes e visa avaliar um programa de intervenção psicoterapêutica para pessoas com medo e fobia de falar em público, de lugares fechados e de altura.

Os interessados em participar devem ter idade acima de 18 anos, e não estar fazendo outro tratamento psicológico ou medicamentoso para as fobias que serão tratadas. As inscrições podem ser feitas entre os dias 17 e 31 de outubro, pelo telefone (27) 99847-2854, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

Os pesquisadores utilizarão o simulador Virtua Therapy e comparar o uso desta ferramenta tecnológica com a terapia por exposição direta e gradual à situação temida. O tratamento será feito em 10 sessões, aproximadamente, sendo de seis a oito com o uso do simulador. Os pesquisadores agendarão uma entrevista inicial com os candidatos, quando serão coletadas as informações relevantes para a psicoterapia, e também avaliadas as condições dos interessados que participarão do estudo.

“A psicoterapia inclui o procedimento de exposição de forma graduada ao que é temido, com prevenção da situação”, ressalta coordenador da pesquisa, professor Elizeu Batista Borloti, do Departamento de Psicologia Social e Desenvolvimento da Ufes. Segundo ele, a exposição pode ser realizada na situação ao vivo, de forma imaginária e por meio de imagens ou vídeos. “Atualmente são desenvolvidos recursos tecnológicos, na forma de simuladores de realidade virtual, que auxiliam o psicólogo a realizar a exposição à situação ou ao evento temido”, assinala Borloti.

Cenários

O simulador Virtua Therapy foi desenvolvido pela empresa Oníria, de Londrina, no Paraná, para o tratamento de fobias, e inclui cenários para tratamento de diferentes medos. O simulador faz uso do Oculus Rift (Oculus VR® ou do Htc Vive), que aumenta a possibilidade da sensação da pessoa estar presente na situação temida, e também possibilita que o participante vivencie o medo e a ansiedade de forma segura, possibilitando o enfrentamento da dificuldade e do sofrimento. O projeto envolve pesquisadores da Ufes, da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Faesa, de Vitória.

Os candidatos que não atenderem aos critérios da seleção, de acordo com o coordenador da pesquisa, serão encaminhados, se quiserem, para outra modalidade de atendimento na Clínica Escola de Psicologia, na Ufes ou na Faesa, de acordo com a disponibilidade de vagas. Além de Elizeu Borloti, a equipe de pesquisadores é integrada pelos professores Fabiana Pinheiro Ramos, Luciano de Sousa Cunha, Luciana Chequer Saraiva Messa e Verônica Bender Haydu, e também por estagiários.

Medos e fobias

Fobia é um medo intenso de alguma situação, animal ou objeto, e recebe diferentes nomes. A claustrofobia, por exemplo, é o medo muito elevado de permanecer em ambientes fechados, como elevadores, salas fechadas sem uma saída fácil, corredores estreitos, entre outros. Nessas situações, a pessoa pode sentir falta de ar, sensação de asfixia, náuseas, aperto no peito, tontura, desorientação, ondas de calor ou calafrios, sensação de desmaio e apresentar hiperventilação, tremores, dor de cabeça, taquicardia, sudorese elevada, entre outras reações. O projeto de pesquisa será desenvolvido na Ufes com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

 

Texto: Luiz Vital
Edição: Thereza Marinho