Pesquisas buscam apresentar soluções sustentáveis para os alagamentos nas cidades

08/01/2019 - 12:50  •  Atualizado 11/01/2019 14:19
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O Grupo de Pesquisa Reabilitação Urbana e Ambiental, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Ufes, busca soluções para os problemas urbanos no Espírito Santo. Entre elas, estão sendo estudadas soluções de infraestrutura verde, que permitem drenar melhor a água das chuvas, reduzir os alagamentos e prover mais áreas vegetadas no espaço urbano, especialmente para lazer.

Sob a coordenação da professora Daniella Bonatto, o grupo mapeia locais com carência de áreas verdes e propensos a alagamento. A partir daí, são elaboradas propostas de corredores verdes para captar, armazenar e drenar as águas das chuvas reduzindo seu impacto nas cidades e, ao mesmo tempo, implantar espaços livres públicos de esporte e lazer e melhorar a qualidade do ambiente urbano.

As estratégias mais básicas na retenção das águas pluviais são as que utilizam ou ampliam a arborização urbana, especialmente das vias públicas. “Quanto maior o porte e densidade da árvore, maior a capacidade de retenção da água da chuva, propiciada pelo volume da copa. Quanto mais próximas as árvores estiverem umas das outras, maior a eficiência, pois conformam os chamados corredores verdes”, explica a professora Daniella Bonatto.

Mais detalhes sobre as pesquisas estão na reportagem “Soluções sustentáveis para as cidades”, na 9ª edição da Revista Universidade.

Vila Velha

No grupo de pesquisa, um dos trabalhos estudou o município de Vila Velha, que apresenta diversas áreas propensas a alagamentos. O mestrado defendido por Eduarda de Berrêdo, sob orientação da professora Daniella, estudou a Microbacia de Guaranhuns, região que faz parte da Bacia do Rio Jucu, a mais importante no abastecimento de água da Região Metropolitana de Vitória. A Microbacia do Guaranhuns (foto) possui vários bairros atrelados a seus cursos d’água e sofre com constantes alagamentos, por estar implantada abaixo da cota de inundação, com uma parte abaixo do nível do mar – dos seus 14 km² de área, 57% são alagáveis.

A dissertação faz a análise da área à luz das legislações pertinentes e teve como desdobramento um artigo propondo soluções para a reabilitação urbana e ambiental da área, a partir da implantação de corredores verdes, “com a renaturalização das margens do Canal Guaranhuns, a conexão da vegetação dessas margens com as áreas verdes residuais existentes em espaços livres e praças, e com a arborização existente nas ruas e a implantação de novas árvores, bem como de jardins de chuva e biovaleta, quando possível”, explica Daniella Bonatto.


Foto: Alexandre Álvares/ Arquivo/ Prefeitura de Vila Velha