Professora Ethel Maciel assume presidência da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose

18/02/2019 - 15:54  •  Atualizado 01/11/2022 09:17
Compartilhe

A professora e pesquisadora Ethel Maciel, que também é vice-reitora da Ufes, foi eleita presidente da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), em assembleia realizada pela entidade na última sexta-feira, 15 de fevereiro. Além da professora, também foi eleito como vice-presidente o professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande, Pedro Eduardo Almeida da Silva. A diretoria eleita permanece até o dia 15 de setembro de 2020, momento em que ocorre nova eleição.

Ethel Maciel é graduada em Enfermagem pela Ufes, com mestrado em Saúde Pública, doutorado em Saúde Coletiva/Epidemiologia e pós-doutorado em Epidemiologia pela Johns Hopkins University. Anteriormente, ela ocupava o cargo de vice-presidente da Rede-TB, organização não governamental que trabalha para o desenvolvimento de pesquisa e controle da tuberculose.

A professora também integra o comitê técnico da Organização Mundial de Saúde (OMS) que auxilia os países com elevados índices de tuberculose a combater a doença.

Nos últimos meses Ethel Maciel apresentou ao Ministério da Saúde dois estudos que integram o Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Um deles trata de uma nova forma de administração aos pacientes com tuberculose do medicamento isoniazida

O outro, realizado por pesquisadores do Laboratório de Epidemiologia da Ufes sob sua coordenação, aponta o efeito positivo do programa Bolsa Família no sucesso do tratamento da tuberculose. O estudo foi publicado em janeiro deste ano pela revista científica The Lancet - uma das mais antigas e reconhecidas revistas médicas do mundo, com elevado fator de impacto na comunidade científica. O trabalho também foi publicado no site do Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Este foi o primeiro estudo em que se fez uma relação entre a concessão de benefício por meio de um programa social e seu impacto no tratamento de uma doença. A taxa de cura identificada foi 7,6% maior no grupo de pacientes beneficiados pelo programa.

Em setembro de 2018, a professora também participou da primeira reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas que tratou sobre o combate à tuberculose (TB). A reunião, realizada em Nova York, foi um marco para a conscientização acerca do problema, com o comprometimento dos governantes para a eliminação da doença até 2030.

Primeira causa de morte

A tuberculose (TB) é a primeira causa de morte entre as doenças infecciosas no mundo (superando a Aids), provocando o adoecimento de cerca de 10,4 milhões de pessoas em 2016. Além disso, a doença se apresenta também em uma versão resistente à medicação, a chamada "tuberculose droga resistente" (TB-DR), que é uma ameaça contínua com 600 mil casos novos com resistência à rifampicina (fármaco mais potente), dos quais 490 mil tinham "TB multirresistente" (TB-MDR). Entre os casos estimados de TB e de TB-DR, respectivamente, cerca de 49% e 60% ocorrem nos cinco países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).


Texto: Thereza Marinho
Foto: Rede-TB