Projeto da Ufes sobre Zika é contemplado pela Organização Pan-Americana da Saúde

24/02/2017 - 17:38  •  Atualizado 03/03/2017 12:08
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Um total de 17 novas pesquisas sobre zika serão realizadas na América Latina e no Caribe com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para identificar soluções no enfrentamento ao vírus responsável por causar distúrbios cerebrais congênitos quando mulheres grávidas são infectadas.
 
Do Brasil, seis instituições foram contempladas, entre ela a Ufes, com o projeto “Políticas públicas de saúde em situações de emergência: a epidemia de Zika vírus”, coordenado pela professora do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Ethel Maciel, que também é vice-reitora da Universidade.
 
Os demais projetos brasileiros contemplados são da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com duas pesquisas selecionadas. As outras instituições são da Colômbia, Honduras, Jamaica, México, Peru e Venezuela. Cada projeto receberá US$ 20 mil do programa de pequenas doações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
Os estudos e ações abarcam desde a identificação de fatores de risco de transmissão até a avaliação de ferramentas de diagnóstico e exame do uso do aconselhamento pré-natal e contraceptivos. A iniciativa é da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em conjunto com dois programas da OMS: o Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR) e o Programa Especial de Pesquisa, Desenvolvimento e Treinamento em Reprodução Humana (HRP).
 
Resposta
 
A iniciativa recebeu fundos adicionais do Plano Estratégico de Resposta ao Zika da OMS. No total, foram enviadas 78 propostas de 19 países – que após um processo de revisão culminou na escolha das 17 selecionadas de sete países.
 
“Esses projetos de pesquisa são cruciais para melhorar nossa compreensão da dinâmica da epidemia de zika e as possíveis soluções de saúde pública”, disse Francisco Becerra, subdiretor da OPAS, escritório regional da OMS para as Américas. Já o diretor do TDR John Reeder, afirma que “este tipo de colaboração é fundamental para encontrar soluções que transcendam áreas de especialização. Estamos satisfeitos por estar contribuindo para o Marco de Resposta Estratégica da OMS para o zika”.
 
O diretor do HRP, Ian Askew, concordou: “O surto de zika desafiou as abordagens convencionais para lidar com as emergências de saúde. É absolutamente essencial apoiar pesquisas que abordem as interações entre transmissão, comportamento e resultados e que nos possam fornecer informações rápidas e oportunas aos encarregados de formular de políticas”.
 
O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes, e o surto de 2016, particularmente no Brasil, foi associado a um aumento de complicações graves entre recém-nascidos. Uma revisão sistemática realizada por pesquisadores da OMS concluiu que a infecção pelo zika durante a gravidez é uma causa de distúrbios cerebrais congênitos, incluindo microcefalia, e que o vírus é um gatilho para a síndrome de Guillain-Barré – uma condição rara em que o sistema imunológico da pessoa ataca os nervos periféricos. Intensos esforços têm sido feitos para investigar o vínculo entre o zika e uma série de distúrbios neurológicos dentro de um rigoroso parâmetro de investigação.
 
 
Com informações da Opas e da OMS.