Reitoria retorna as atividades normais nesta segunda-feira, 25

24/05/2015 - 09:55  •  Atualizado 25/05/2015 14:04
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As atividades do terceiro andar do prédio da Reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo retornarão à normalidade nesta segunda-feira, 25. O local foi ocupado por cerca de 30 horas após invasão promovida na tarde da última quinta-feira, 21, por manifestantes reivindicando questões ligadas à segurança na Ufes.

A negociação para a desocupação foi conduzida por uma comissão indicada pelo reitor Reinaldo Centoducatte, com representantes dos manifestantes. Os pontos de reivindicação disponibilizados nas redes sociais foram analisados e culminaram com uma série de encaminhamentos para que fosse feita a desocupação do espaço o quanto antes. Pela Reitoria, participaram o chefe de gabinete Edebrande Cavalieri, o prefeito universitário Renato Schwab, a assessora do reitor Célia Fanzeres e o superintendente de Cultura e Comunicação Edgard Rebouças. Por parte dos manifestantes estavam presentes os estudantes Rorimery Loiola, João Victor Santos, Naira Saturno, Vandeir Liberato, Juliana Marques, Helon de Oliveira, Leonardo Machado e Allana Silva.

Às seis reivindicações disponibilizadas nas redes sociais foi acrescentada mais uma no início da reunião, que foram encaminhadas da seguinte forma:

Reivindicação 1: Garantia de não haver processo administrativo contra os estudantes que participaram da ocupação.

Posição da Reitoria: Após análise dos servidores do local, caso fosse constatado que não houve nenhum dano ao patrimônio ou a documentos que se encontravam no espaço ocupado, não haveria processos administrativos.

Reivindicação 2: Demissão imediata do vigilante que os manifestantes alegam ser protagonista de vários casos de agressão e abuso de poder.

Posição da Reitoria: Após a apuração de outros procedimentos envolvendo o mesmo vigilante, foi encaminhada à empresa contratada a solicitação de suspensão dos serviços do referido profissional no atendimento à Ufes.

Reivindicação 3: Construção de um plano de formação de Direitos Humanos, formulado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci) em conjunto com as comunidades discentes, docentes e técnicos-administrativos.

Posição da Reitoria: Tal plano já vem sendo elaborado pela Proaeci e, especificamente em relação à formação dos vigilantes, será elaborada uma ação junto a outros setores da Universidade, com a colaboração da comunidade universitária na construção do conteúdo do programa.

Reivindicação 4: Criação de um Conselho deliberativo de Segurança, que debata, formule e acompanhe as políticas de segurança implementadas na Ufes, composto paritariamente pela comunidades discentes, docentes e técnico-administrativas.

Posição da Reitoria: O tema será colocado na pauta da próxima reunião do Conselho Universitário.

Reivindicação 5: Fim da repressão aos eventos culturais promovidos pelo movimento estudantil e a seus frequentadores, sejam elas/eles estudantes ou visitantes. Reformulação da resolução de festas.

Posição da Reitoria: Resgate das ações e composição da comissão criada pelo Conselho Universitário que analisa a normatização para a realização de eventos na Universidade e manutenção da atual normativa enquanto a nova resolução não for publicada.

Reivindicação 6: Afastamento do servidor comissionado, que, segundo os manifestantes, desde a Ditadura Militar persegue estudantes e hoje chefia a segurança da Ufes.

Posição da Reitoria: Que seja enviada denúncia para que um Processo Administrativo Disciplinar seja instaurado.

Reivindicação 7: Implementação da Guarda Universitária, reivindicação histórica do movimento estudantil, que contemple uma segurança humanizada, construída coletivamente pela comunidade universitária.

Posição da Reitoria: Esta também é uma reivindicação da Reitoria, mas impedida de realizar concursos para tais cargos, já que Lei Federal obriga a terceirização da segurança patrimonial. Mas que o tema da humanização dos procedimentos de segurança será tratado no âmbito da Comissão de Segurança da Universidade a ser criada.

Terminadas as negociações, os representantes dos estudantes retornaram ao local ocupado para realizarem uma assembleia, onde deliberaram pela desocupação do prédio.

O reitor Reinaldo Centoducatte lamenta a interrupção das atividades dos setores da Reitoria causada pela ocupação, lembrando que tudo isso poderia ter sido evitado se os manifestantes tivessem se disposto ao diálogo desde o início da semana: "Quando aceitaram dialogar, enviamos uma comissão e tudo foi solucionado. Na defesa da democracia, as manifestações são saudáveis, desde que sem agressões e invasões que prejudicam o interesse coletivo. Além disso, a Ufes conta com várias instâncias democráticas de debate e deliberação que podem tratar do tema, sem a necessidade de interromper as atividades da Universidade".