Ufes disponibiliza acesso a ferramentas do Google para a comunidade universitária

22/07/2020 - 18:13  •  Atualizado 24/07/2020 18:33
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A Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da Ufes disponibiliza, a partir desta quarta-feira, 22, parte das ferramentas e dos aplicativos do GSuite for Education para a comunidade universitária. O GSuite é um conjunto de ferramentas integradas de produtividade que permitem a comunicação e a interação entre pessoas por meio da plataforma GSuite For Education, passando a compor o já existente conjunto de alternativas de interação on-line na Universidade.

Nessa etapa inicial, estarão disponíveis os recursos de webconferência Google Meet, sem limite de tempo e com até cem pessoas na sala de reunião; o Google Drive; o Google Agenda e outros aplicativos de uso compartilhado como Google Docs, Form e Slides. No endereço http://sti.ufes.br/ferramentas-digitais, estão explicados os procedimentos de acesso.

A adoção da ferramenta foi possibilitada por um convênio com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que permite a incorporação dessas ferramentas sem custos para a Ufes.

O superintendente de Tecnologia da Informação, Renan Souza, informou que as negociações tiveram início ainda em 2019, a partir de demanda apresentada pela Superintendência de Educação a Distância (Sead). Inicialmente, a possibilidade de contratação da ferramenta GSuite teria como objetivo aprimorar os processos de educação e comunicação dos cursos da Ufes na modalidade a distância.

“Com a aprovação do Comitê de Governança Digital da Ufes, em 18 de novembro de 2019, a STI deu início à tramitação do processo de adesão ao convênio com a RNP, diante da possibilidade de uso dessa ferramenta integrada de produtividade e de comunicação de forma gratuita no ambiente institucional, exclusivamente no domínio @ufes.br”, explicou o superintendente.

Esse conjunto de ferramentas poderá ser acessado pelos membros da comunidade universitária quando conectados com o usuário/login já fornecido pela Universidade ([usuário]@ufes.br), ([usuário]@aluno.ufes.br) ou ([usuário]@tutor.ufes.br). Em breve, estará disponível o sistema de e-mails institucionais pela plataforma Gmail e está prevista a disponibilização do Google Classroom, após decisão dos Conselhos Superiores sobre ferramentas de ensino.

Confira, abaixo, a íntegra da entrevista com o superintendente de Tecnologia da Informação da Ufes, Renan Souza:

Como será o processo de implantação e o acesso ao GSuite?

Vamos cumprir um cronograma, pois as ferramentas e seu uso encontram-se em testes e estudos. Todos terão direito ao uso conforme o seu perfil - docentes, técnicos-administrativos e discentes. Para os discentes, finalmente, poderemos atender a demanda de possuírem um endereço de e-mail institucional, do tipo @ufes.br. Essa ação poderá também ser estendida aos egressos. O acesso se dará por meio do login único institucional (e-mail fornecido pela Ufes no domínio @ufes.br e a senha única do usuário). 

Na prática, que mudanças trará para professores, técnicos e estudantes? Quais são as principais vantagens?

Aqueles que optarem por utilizar as novas ferramentas ora disponibilizadas, em conjunto com as demais já existentes, terão acesso ao GSuite de forma ampla, com as diversas aplicações já conhecidas e amplamente utilizadas até então de forma particular e limitada, como Google Docs, Form, Slides, Drive, Agenda, e-mail, entre outros. Na versão que disponibilizamos, os usuários têm mais espaço de armazenamento do que na gratuita.

Toda a comunidade acadêmica terá que utilizar o GSuite for Education?

Todos terão direito a utilizá-lo, mas o processo de adesão será individual e de maneira inteiramente opcional por meio do login único institucional. É importante observar que essa nova ferramenta é voltada à produtividade e permite a comunicação e a interação entre pessoas por meio da plataforma G-Suite For Education. Ou seja, não se trata de acessos a sistemas e dados institucionais, e sim utilização individual e privativa, no âmbito do domínio @ufes.br, da ferramenta e de seus aplicativos. A adesão ao convênio com a RNP visa apenas à ampliação das possibilidades de comunicação, à interação on-line e à produtividade para a comunidade universitária.

Como será a gestão dos dados?

Há uma clara distinção no tratamento dos dados de comunicação individual e institucional. Os dados referentes ao uso do GSuite por indivíduos (docentes, técnicos-administrativos ou discentes) são configuráveis e seguem os padrões de privacidade definidos com base na política de uso (disponível em https://gsuite.google.com/intl/pt-br/terms/education_terms.html) e na legislação pertinente. A adesão, portanto, não contempla o armazenamento de dados institucionais como processos administrativos, dados de recursos humanos, dados acadêmicos (notas, por exemplo), informações institucionais relacionadas a pesquisa e extensão, e bancos de dados dos diversos sistemas da Universidade. Tais dados institucionais seguem armazenados exclusivamente no ambiente computacional da Ufes, pois se entende que essas informações possuem regulamentações específicas de classificação da informação, não existindo perspectiva de sua migração para ambiente em nuvem ou externo ao nosso ambiente institucional.

Há risco de acesso externo aos dados institucionais?

Não. A utilização de cada conta é individual e privativa. Como citado acima, não existem acessos a sistemas institucionais. Além disso, a Universidade irá dispor de controles de gestão da informação, a partir dos quais podemos assegurar que, por exemplo, um vídeo institucional ou outros conteúdos gerados sejam visualizados tão somente pela comunidade acadêmica ou por grupos institucionais estabelecidos. É importante destacar que a ferramenta possibilita a gestão de conteúdo de forma que somente usuários do domínio @ufes.br tenham acesso. Isso se dá, inclusive, sem visualização de propagandas de terceiros. A gestão e a definição de abrangência de acesso são configuráveis e serão definidas com base na política de uso e na legislação pertinente.

O que será disponibilizado? E a partir de quando?

Inicialmente, todas as ferramentas de uso não acadêmico já estão disponíveis, com exceção dos e-mails, ainda em fase de estudos de implementação. Pretendemos disponibilizar, primeiramente, agenda eletrônica, armazenamento de dados individuais em nuvem, videoconferência e edição compartilhada de documentos. A definição da utilização de qualquer ferramenta de ensino deverá aguardar a aprovação pelos Conselhos Superiores da Ufes.  

Haverá migração dos e-mails institucionais para essa plataforma? Como será a operacionalização?

Por ser um tema que requer um estudo técnico mais elaborado sobre as compatibilidades, possibilidades e complexidades de uma migração, ainda não foi possível concluir esse estudo para uma melhor tomada de decisão, diante das inúmeras demandas ora atendidas pela STI/Ufes. De todo modo, o fato é que cerca de 75% da comunidade acadêmica não utiliza o e-mail institucional vigente ou o redireciona para seu e-mail particular. O uso da ferramenta GSuite, no caso do e-mail, visa ampliar o uso do e-mail institucional, com maior credibilidade. A sofisticação no controle de mensagens com malwares e spam cresce em velocidade muito grande, o que é de difícil acompanhamento. Assim sendo, o uso futuro da ferramenta de e-mail corporativo pelo Gsuite no âmbito da Ufes permitirá acesso a melhores ferramentas de criptografia e de proteção e permitirá maior eficiência no bloqueio de e-mails suspeitos que poderiam trazer danos aos computadores, redes e sistemas da Ufes. Estudantes também poderão usar a plataforma, atendendo uma reivindicação que nos é colocada.

Haverá medidas de precaução que os usuários deverão adotar ao utilizar a ferramenta?

Conforme contrato, podemos afirmar que essas ferramentas oferecem segurança e eficiência. É importante também lembrar que a segurança e o sigilo da informação na rede mundial de computadores dependem, quase que exclusivamente, do compromisso do usuário em atender as normativas internas e as legislações governamentais em vigor, fazendo uso de boas práticas on-line. Devemos observar que a Universidade mantém políticas e diretrizes, nos âmbitos acadêmico e administrativo, que orientam a comunidade universitária no uso e na prestação de serviços relacionados à Tecnologia da Informação. Tais orientações estão disponíveis em http://sti.ufes.br, no menu “Políticas e diretrizes”.

A adesão trará custos para a Universidade? Qual o valor do investimento?

A formalização da adesão à ferramenta GSuite for Education se deu por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Essa rede detém acordo de cooperação com o Google, por meio da qual a Ufes poderá utilizar gratuitamente a ferramenta, assim como fazem outras instituições de ensino usuárias e afiliadas à RNP. A Rede é uma importante parceira das universidades e responsável por prover relevantes soluções e serviços de incentivo ao ensino, à extensão e à pesquisa, que podem ser observados no sítio http://rnp.br/servicos.

Há quem associe esse tipo de adesão a um conceito de “educação vigiada”, por utilizar ferramentas disponibilizadas por grandes grupos de tecnologia da informação.

Como dissemos, os dados e as informações institucionais estão protegidos e são gerenciados exclusivamente pela Universidade. Entretanto, entendo a preocupação, pois, quando utilizamos ferramentas ou serviços das mais variadas empresas, é possível que algumas informações sejam coletadas, como, por exemplo, a localização por meio de GPS, quando o usuário assim o permite. Isso ocorre até mesmo nos celulares, pelas empresas de telefonia móvel. Durante a pandemia, esses dados de telefonia e localização foram utilizados para monitorar a porcentagem da população que está respeitando o afastamento social. Isso difere muito das informações geradas pela Ufes por meio da plataforma GSuite for Education, em que a privacidade está garantida por contrato. Outro aspecto importante é a determinação governamental estabelecida pelos decretos nº 9.637/2018, nº 9.319/2018 e nº 10.332/2020, que tratam de prover a transformação digital, observada a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (nº 13.709/2018). Recentemente, também, o Google divulgou comunicado no qual afirma sua adequação aos termos de proteção de dados da LGPD para os produtos de publicidade.