Ufes e comunidades do norte do Estado formam Grupo de Trabalho Quilombolas

19/08/2016 - 17:28  •  Atualizado 22/08/2016 18:22
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A Pró-Reitoria de Extensão, o Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), representantes das comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo e os secretários de Estado e do município de São Mateus e Conceição da Barra, das áreas da saúde e educação, formaram o Grupo de Trabalho (GT) Quilombolas. O objetivo do GT é desenvolver e propor políticas públicas para essas comunidades.

O GT foi criado no Seminário Comunidades Quilombolas do Norte do ES: aprendizagem e desafios, ocorrido em julho, no Ceunes. “A partir das demandas apresentadas pelos representantes dessas comunidades, entendemos que havia uma necessidade de um grupo de trabalho para que o diálogo entre essa população, a academia e os órgãos públicos pudesse ser permanente”, disse a pró-reitora de Extensão, Angélica Espinosa Barbosa Miranda.

Os objetivos do GT Quilombolas são o de aproximar as lideranças e as comunidades quilombolas da academia e esta, por sua vez, estar em contato com a realidade dessas comunidades; dar visibilidade às demandas comunitárias; aproximar as lideranças políticas das lideranças comunitárias, num espaço neutro politicamente; estabelecer uma vitrine de demandas sociais, de forma a sensibilizar a comunidade acadêmica a propor projetos resolutivos e de valorização da cultura local; e estabelecer um canal permanente de diálogo com as comunidades de forma que os projetos desenvolvidos junto a elas possam ser avaliados permanentemente.

“A região norte do Espírito Santo possui, atualmente, mais de 30 comunidades quilombolas, com algumas recentemente constituídas. A região se autodenomina Sapê do Norte, mas as demarcações oficiais seguem denominações por territórios, como Linharinho, São Cristóvão e Serraria. De forma mais direta podemos nos referir como Sapê do Norte ou comunidades Quilombolas do Norte do Espírito Santo, que incluem as comunidades dos municípios de São Mateus, Conceição da Barra e uma comunidade no município de Jaguaré”, explicou o professor do Departamento de Ciências da Saúde (Ceunes) e participante do GT, Fernando Vicentini.

A Universidade já desenvolve muitos projetos de extensão, ensino e pesquisa nessas comunidades, inclusive com projetos de doutoramento de docentes da própria Ufes. Segundo o professor Vicentini, “a academia tem a infraestrutura necessária para dar suporte ao GT Quilombola, espaço onde todos serão beneficiados: projetos acadêmicos direcionados e mais facilmente implantados, demandas comunitárias atendidas, estudantes com formação integrada e desenvolvimento de sensibilidade social”.

 

Texto: Letícia Nassar