Em artigo, a pró-reitora de Graduação Zenólia Figueiredo faz um balanço sobre o Sisu 2017

10/04/2017 - 10:40  •  Atualizado 10/04/2017 10:41
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A edição do jornal A Gazeta desta segunda-feira, 10 de abril, traz um artigo assinado pela pró-reitora de Graduação, Zenólia Figueiredo, na qual ela faz um balanço sobre o primeiro processo seletivo realizado pela Ufes exclusivamente pelo Sisu.

Leia abaixo o artigo na íntegra:

 

A Ufes e o Sisu 2017

Única questão levantada à época da adesão ao Sisu que se confirmou foi a da permanência, que continua sendo um desafio não somente para a Ufes

No mês de abril do ano passado, afirmava nesse mesmo espaço de A GAZETA que a adesão da Ufes ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) nos colocava inúmeros desafios, dentre os quais o desenvolvimento permanente de estudos que ajudassem a compreender a tese da democratização do acesso à educação superior, a veracidade do discurso negativo quanto à mobilidade horizontal de estudantes de outras regiões do país, o receio da elevação da pontuação média por parte de estudantes de outros Estados e garantias de permanência aos estudantes cotistas.

Realizada a seleção 2017 via Sisu, vimos enunciar os estudos preliminares que parecem indicar caminhos contrários àquelas hipóteses levantadas por professores, estudantes, pais e comunidade em geral, na ocasião da adesão.

Das 238.397 vagas ofertadas nas 131 instituições públicas participantes dessa edição do Sisu, 4.930 vagas foram ofertadas pela Ufes em 91 cursos de graduação. 85.204 inscrições foram efetivadas no sistema para a disputa dessas vagas e, ao fim da seleção, classificamos 4.929 estudantes, número que representa quase 100% da oferta para 2017. Esse número cresceu exponencialmente e firma a Ufes, em definitivo, num sistema nacional de seleção, com as mesmas ou melhores condições de ensino, pesquisa e extensão, que as demais instituições federais de ensino superior.

Quanto à mobilidade e regionalidade dos classificados, os dados demonstram que a maioria dos inscritos e classificados (75,73%) foi de candidatos do ES, seguidos de Minas Gerais (10,50%), São Paulo (4,50%) e Rio de Janeiro (3,83%). Exemplos de cursos em que, comumente, a procura é alta: Direito - 120 vagas, 93 classificados do ES; Engenharia Civil - 80 vagas, 73 do ES; Medicina - 80 vagas, 54 do ES. Lembrando que esses números são de estudantes classificados e que podem crescer ainda mais, após a efetivação da matrícula regular e da lista de espera.

Outro dado de destaque é a alteração na média da pontuação de corte dos cursos. A maioria dos cursos (licenciaturas e bacharelados), com candidatos residentes no ES, ultrapassou a média dos 700 pontos, elevando a qualidade do processo e, por conseguinte, da formação profissional. O 1º lugar geral foi classificado para o curso de Matemática, com 879.87 pontos.

Com as análises, podemos aferir que a única questão levantada à época da adesão que se confirmou foi a relacionada com a permanência, que continua sendo um desafio não somente para a Ufes, mas para todas as instituições federais de ensino superior, tendo em vista a difícil conjuntura política e econômica do país.

São dados que demonstram a responsabilidade social da Ufes para com a sociedade capixaba, que indicam a ampliação do acesso da camada popular à instituição pública, mas que nos impõem a tarefa de consolidar a política e de garantir não somente o acesso ao estudante, mas a sua permanência até a conclusão do curso.


*A autora é professora do Centro de Educação Física e Desportos da Ufes, Doutora em Educação (UFMG) e pós-doutorado em Educação (Universidade do Porto)