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Fordan inaugura nova sede para acolher mulheres vítimas de violência. Espaço começa a funcionar nesta segunda, 7

04/04/2025 - 16:45  •  Atualizado 07/04/2025 11:46
Texto: Thiago Sobrinho     Edição: Thereza Marinho
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O programa Fordan: cultura no enfrentamento às violências começa a atender em uma nova sede a partir da próxima segunda-feira, 7. Localizado no bairro São Pedro I, em Vitória, o espaço acolherá 15 mulheres vítimas de violência durante nove meses, oferecendo suporte emocional, jurídico e educativo. O objetivo é ajudá-las a romper o ciclo de violência e reconstruir suas vidas.

Com cem metros quadrados, a nova sede funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, em horário ainda a ser definido. No espaço, as participantes terão o apoio de advogadas, psicanalistas, fisioterapeutas, educadores culturais e de toda equipe que compõe o Fordan. Cursos de corte e costura e oficinas culturais, como capoeira e diferentes modalidades de dança, também serão oferecidos para as mulheres acolhidas e seus filhos.

Ao todo, mais de 30 pessoas, entre profissionais e bolsistas, trabalham no projeto. A seleção das pessoas acolhidas na nova sede se deu por um cadastramento virtual realizado em março partir de parceria com as escolas, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Unidades de Saúde. A prioridade foi dada a mulheres com filhos e renda familiar de até um salário mínimo. Juntam-se a elas no atendimento local outras pessoas que já são assistidas pelo Fordan.

“Reinvenção de vidas”

A professora do Departamento de Educação Física da Ufes Rosely Pires, coordenadora-geral do Fordan, comemora a inauguração da nova sede e sublinha a importância que as atividades oferecidas terão para impactar e transformar a vida das mulheres atendidas, e orientar políticas públicas.

Segundo Pires, “o trabalho é contínuo e ajuda na ‘reinvenção de vidas’ por parte delas, que conseguem primeiro reconhecer o contexto de violência, romper com esse ciclo e, em seguida, retomar sua autonomia, voltando a estudar, dedicando-se a uma carreira profissional, buscando atendimento de saúde e cuidando de seus filhos com mais dignidade”.

Uma das maneiras para se chegar a esse ponto é com o apoio das psicanalistas do Núcleo de Atendimento Emocional do Fordan, processo que pode levar até um mês, que segue três passos: escuta, estabilização (atendimentos de urgência para mulheres que estão em profundo estado de sofrimento e precisam de ajuda para organizar seu psicológico e emocional) e encaminhamento.

Para Rosely Pires, a atuação da nova sede do Fordan no bairro São Pedro abre diálogo com a comunidade local: “Cada acolhida, invariavelmente, multiplica os conhecimentos trocados com as demais acolhidas e a equipe do programa”.

As atividades oferecidas na sede também se conectam com o conhecimento sobre direitos humanos e inclusão social produzido dentro da Ufes. Durante a inauguração da sede, segundo Rosely, esse foi um aspecto assinalado pela vice-reitora Sonia Lopes; pela deputada federal Jack Rocha e pelo superintendente da Fundação Espírio-santense de Tecnologia (Fest), Armando Biondo.

“Eles ressaltaram o diferencial do Fordan, por ter os pés firmes dentro da periferia, trazendo-a para dentro da Universidade e também levando a Universidade para dentro dela”, relembrou.

Foto das pessoas reunidas no evento de inauguração da nova sede

Transformação social

Durante a inauguração da nova sede, realizada no dia 29 de março, a vice-reitora afirmou que a solenidade não representava apenas a expansão de um espaço físico, mas o fortalecimento de uma rede de acolhimento, empoderamento e transformação social.

“O Fordan tem sido uma referência na luta contra as violências de gênero, promovendo cultura, educação e autonomia para mulheres em situação de vulnerabilidade. Ver esse projeto crescer e se consolidar em um novo espaço reafirma o compromisso da Ufes com a extensão universitária como um meio essencial de impacto social. Que esta nova sede seja um espaço vivo de aprendizado, resistência e transformação!”, destacou Sonia Lopes.

O evento contou ainda com a presença da deputada federal Jack Rocha, que apoia o programa e destinou verba parlamentar para viabilizar a locação do espaço, sendo considerada a madrinha da nova sede. “Estão sendo comprados geladeira, fogão, máquinas de costura, macas e equipamentos de fisioterapia, de balé e capoeira, além de computadores para o trabalho de TI, geoprocessamento e comunicação”, listou Rosely Pires.

O espaço também será, assim como o Laboratório do Fordan na Ufes, um ponto focal do trabalho de formação Lideranças Mulheres que Acolhem Mulheres que Sofrem Violências, inspirada em um curso semelhante realizado no ano passado em parceria com a Gerência de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado de Educação (Sedu). Segundo a coordenação do Fordan, a formação resultou em  desdobramentos práticos importantes para apoiar, no campo da Educação, a reinvenção de vidas de mulheres em situação de violência.

Foto: Fordan

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