Governo federal anuncia recomposição orçamentária para universidades

19/04/2023 - 20:08  •  Atualizado 20/04/2023 17:03
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O reitor da Ufes, Paulo Vargas, participou nesta quarta-feira, 19, da reunião realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na qual foi anunciada a recomposição orçamentária para universidades e institutos federais, com um investimento de R$ 2,44 bilhões. A reunião aconteceu no Palácio do Planalto e contou com a presença de reitores de instituições de ensino de todo o país, além de representantes de entidades estudantis, ministros de Estado e outras autoridades.

Ressaltando a importância dos investimentos em educação, o presidente afirmou: “Todo mundo sabe que nenhum país do mundo se desenvolveu sem antes investir em educação, ciência e tecnologia”. Lula tomou como exemplo a China, país visitado por ele recentemente. “O que a China conseguiu fazer nos últimos 30 anos é de causar inveja a qualquer governante do mundo".

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que parte dos R$ 2,44 bilhões serão utilizados para a recomposição do orçamento discricionário das universidades e institutos federais, e parte para as obras e ações importantes para a comunidade universitária. “O presidente não quer ver nenhum campi de federal ou estadual parado ou que não seja concluído".  Ele lembrou que dos 679 campi de institutos federais que existem no país, 422 foram criados nos governos de Lula e da presidenta Dilma Rousseff. Em relação aos 314 campi das universidades federais brasileiras, 181 foram criados nos mesmos períodos.  

"As nossas universidades públicas são responsáveis pela grande produção científica desse país; responsáveis por formar profissionais que estão no dia a dia salvando vidas na saúde, na engenharia, na advocacia, atendendo o povo brasileiro”, afirmou o ministro, destacando que ainda há desafios importantes, como “melhorar a qualidade da formação inicial dos professores da licenciatura, pois são esses profissionais que vão lá para o ensino básico do nosso país".

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino (Andifes), reitor Ricardo Fonseca (na foto, em pé), também participou da reunião e destacou a importância da recomposição para as instituições: “Depois de quatro anos ou mais de diminuição crescente dos nossos orçamentos, no segundo semestre do ano passado, quando foi enviado o orçamento de 2023, reitores e reitoras entraram num estado de imensa apreensão. Se 2022 já se afigurou um ano praticamente impossível para nossas instituições. Vimos, com a proposta enviada ao congresso pelo governo passado, que 2023 seria absolutamente impossível”.

Ele exaltou o esforço feito por várias entidades, junto a parlamentares, para viabilizar a recomposição do orçamento de 2023, “para que voltemos aos patamares anteriores à pandemia, de 2019, que vai possibilitar o funcionamento das nossas universidades”.

“As universidades são um patrimônio do nosso povo brasileiro. Elas são um instrumento de inclusão, talvez dos mais poderosos que nós temos, para as populações negras, pobres, indígenas. Além disso, as universidades federais são um instrumento mais poderoso para a formação das nossas futuras gerações. Queremos servir ao Brasil, queremos ouvir as demandas estratégicas do nosso país e realizá-las junto com este governo. Mas, para isso, precisamos não só de valorização, mas de contínuo e consistente financiamento. Essa continuidade e essa consistência são essenciais para que possamos pavimentar nosso caminho para o futuro”, finalizou Ricardo Fonseca.

Segurança nas escolas

Durante o evento desta quarta-feira, o presidente Lula comentou as postagens nas redes sociais sobre supostos ataques a instituições de ensino que estariam sendo programados. "A gente não tem que satisfazer os terroristas que estão fazendo ameaças. A gente tem que dar aulas”. 

Lula também falou da reunião que teve na terça-feira, 18, com governadores, prefeitos e chefes de Poderes sobre ataques em escolas no Brasil. Na ocasião, o governo anunciou um pacote R$ 3,1 bilhões para estados e municípios a fim de prevenir a violência em ambientes escolares. Alertou, no entanto, que as escolas não podem virar prisões de segurança máxima.

“Precisamos utilizar nossa inteligência para recuperar neste país a compreensão de que ser bom é melhor que ser ruim, ter afeto é melhor que ter ódio”, afirmou o presidente.


Texto: Sueli de Freitas e Thereza Marinho
Foto: Andifes