A Ufes, por meio da Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) assinaram nesta terça-feira, 7, um Termo de Cooperação Técnica para o desenvolvimento da terceira estação científica no Arquipélago de São Pedro e São Paulo. A solenidade foi realizada na secretaria CIRM, em Brasília.
A Universidade, por meio do Laboratório de Planejamento de Projetos (LPP) do Departamento de Arquitetura, foi a responsável pela construção da primeira Estação Científica no arquipélago, em 1998, e da segunda estação, em 2006. Agora, com esse novo convênio, a Ufes terá a incumbência de desenvolver uma nova tecnologia para a construção da terceira estação.
Considerando as particularidades deste novo projeto, como as dificuldades logísticas e a necessidade de reduzir ao máximo o impacto ambiental, o reitor Eustáquio de Castro destacou a importância de buscar o desenvolvimento sustentável: “No cenário atual, é de suma importância que caminhemos juntos em direção ao desenvolvimento sustentável, unindo esforços para fortalecermos nossa capacidade de enfrentar problemas prementes, como as mudanças climáticas e a escassez de recursos. Esperamos construir uma nova estação no arquipélago que esteja alicerçada nas melhores tecnologias e, principalmente, que seja uma estação de fácil conservação, pois sabemos da dificuldade de expedições para manutenção”, afirmou.
Ele também destacou a experiência do LPP no desenvolvimento de projetos em ambientes inóspitos, muitos deles em parceria com a SECIRM. “São 30 anos de uma colaboração perene e sustentável, seja com o programa Antártico ou com o programa das Ilhas Oceânicas. Já tivemos a oportunidade de fazer duas estações no Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Além disso, fizemos uma estação em Trindade e algumas outras contribuições em lugares semelhantes, desenvolvendo pesquisas de ponta. Esses exemplos demonstram que a sinergia entre a pesquisa acadêmica, a inovação tecnológica, e o pensamento sustentável é o motor que pode impulsionar nosso progresso de forma responsável”, disse o reitor.
Tecnologias adequadas
A pró-reitora de Planejamento da Ufes, que também é coordenadora do LPP, Cristina Engel, explicou que o desenvolvimento de tecnologias construtivas adequadas para a situação de locais inóspitos tem motivado os estudos desenvolvidos pelo laboratório desde 1994, primeiro com foco na Antártica, e depois nas ilhas oceânicas brasileiras. Segundo ela, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo tem representado o maior desafio para o LPP desde 1996, visto que as condições ambientais e de inospicidade ultrapassam qualquer outro local que a equipe já tenha trabalhado anteriormente.
“Um dos requisitos a ser considerado nesse novo projeto – além dos aspectos relacionados à segurança e conforto dos usuários – se refere à busca de uma edificação que requeira o mínimo de manutenção e maior durabilidade, visto que o Arquipélago se encontra a mais de 1.100 quilômetros da costa do Brasil. A equipe que desenvolverá os estudos é multidisciplinar, contando ainda com eventuais consultores externos, sendo que o plano de trabalho prevê dois anos de atividades, que deverá culminar com a construção dessa nova estação, cujos resultados poderão ser replicados em outros locais de condições semelhantes”, afirmou Cristina Engel.
Além do reitor Eustáquio de Castro e da pró-reitora Cristina Engel, participaram da assinatura do Termo de Cooperação Técnica o contra-almirante Ricardo Jaques, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar; o presidente do ICMBio, Mauro Pires; o coordenador geral de Planejamento e Gestão de Recursos Externos do ICMBio, Paulo Henrique Carneiro; o superintendente da Fundação Espírito-santense de Tecnologia (Fest), Armando Biondo Filho; e a gerente de Projetos da Fest, Patrícia Bourguignon.