A exposição Cabide de Letras, da design Mírian Moschen, acaba de chegar à Biblioteca Central da Ufes, no campus de Goiabeiras, após temporada em espaços culturais de São Paulo e do Espírito Santo. O público vai poder conhecer 12 obras inéditas da artista, que ficarão expostas até o dia 4 de dezembro, com entrada gratuita.
O projeto Cabide de Letras, idealizado pelo escritor Fabiano Moraes, reúne cartazes com elementos textuais e imagéticos. Os textos são compostos por trechos de obras literárias ou por reflexões como “o que te impede de voar?” e “você já se acostumou ou ainda sonha?”. São peças irônicas, críticas, provocativas, populares e literárias, que utilizam cabides como suportes – item que tem relação direta com a experiência de Mírian, que tem formação em Design de Moda.
Segundo a design, os escritos são escolhidos a partir de textos literários, “com o devido respeito aos direitos autorais”, e de reflexões cotidianas. “Selecionamos as frases que, depois, passam por um processo de releitura imagética-textual elaborada a partir de uma criteriosa escolha de fontes, cartelas de cores, dimensões, linhas e de uma cuidadosa diagramação dos elementos”, explica.
De acordo com Mírian, ainda que o ponto de partida para suas inspirações sejam os livros e a interação com frases e imagens, seu processo criativo varia bastante: “Às vezes, de uma conversa simples surge uma ideia, ou a partir de fatos do cotidiano, durante a leitura de um livro, uma viagem”.
Cabide de Letras
Após 10 anos atuando como designer de moda, Mírian afirma que sentiu a necessidade de se expressar de outras formas, ainda que sem definição de como fazê-lo. Passou, então, a produzir cartazes e colagens por hobby e para presentear os amigos. “Aos poucos foram aparecendo pedidos de encomendas e percebi a potencialidade dos meus cartazes e a identificação das pessoas com eles”, lembra.
Em 2017, a design começou a investir profissionalmente nessa ideia e a marca Cabide de Letras nasceu da vontade da artista de imprimir uma proposta de valor cultural e literário em produtos. “Percebi uma carência de itens que carregassem algo mais consistente, provocador, reflexivo e o Cabide faz isso de modo leve, atual e elaborado”, conta Mírian.
Esta é a segunda edição da exposição, que já foi apresentada em espaços como a Casa Tombada, em São Paulo; o Instituto Fênix de Humanização e Cultura, em Vitória; e a 7ª Bienal Rubem Braga, em Cachoeiro do Itapemirim, além da própria Biblioteca da Ufes. “Expor fora do estado é sempre bom, o trabalho começa a ganhar novos contornos e a se expandir. Mas expor no Espírito Santo traz sempre aquela felicidade de ‘estar em casa’”, finaliza a Mírian, que é natural de Colatina.
A exposição Cabide de Letras, que conta com o apoio da Secretaria de Cultura da Ufes e ficará aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 7 às 21 horas, e aos sábados, de 7 às 13 horas. Após a mostra, as peças estarão disponíveis para venda no site www.cabidedeletras.com.br.
Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho