A Ufes, representada pela professora do Departamento de Engenharia Civil Maristela Silva, está integrando a equipe brasileira em um grupo de trabalho do Programa de Edificações e Comunidades Sustentáveis da Agência Internacional de Energia (Internacional Energy Agency, IEA), que trata dos impactos ambientais de edificações e comunidades sustentáveis.
A participação do Brasil, por meio do Ministério de Minas e Energia, no IEA Energy in Buildings and Communities Programme (IEA EBC Programme) foi oficializada em julho deste ano. A professora explicou que participa como observadora brasileira desde 2011, inicialmente no Annex 57, grupo de trabalho desse mesmo programa que avaliou os impactos ambientais relacionados com os indicadores de energia e carbono incorporados em edificações. Com o ingresso do Brasil como país membro aprovado pelo Comitê Executivo da IEA, Maristela foi indicada como participante formal da equipe brasileira no Annex 72 do IEA EBC Programme, grupo de trabalho que reúne mais de 60 pesquisadores de diferentes países dedicados a investigar de forma mais ampla os impactos ambientais de edificações.
Inserção mundial
Segundo Maristela Silva, “a importante inserção brasileira no cenário mundial da pesquisa e da transferência de conhecimento sobre edificações e comunidades sustentáveis é o reconhecimento do esforço de pesquisadores de universidades públicas brasileiras [particularmente da Ufes, da Unicamp, da UFSC e da UnB], que já participavam como observadores em diferentes grupos de trabalho do IEA EBC Programme e, assim, conseguiram sensibilizar o Ministério de Minas e Energia para a adesão do Brasil ao programa”. Ela destaca que o IEA EBC Programme “contribui não só para o desenvolvimento tecnológico e para maior eficiência energética das edificações, como também para o intercâmbio de experiências na implementação prática dessas tecnologias e de normas e regulamentos a elas relacionados”.
No que diz respeito ao Annex 72, a professora explica que especialistas de todo o mundo tratam dos impactos ambientais das edificações pensando em como reduzi-los. “Dentre tantos pesquisadores, temos duas pesquisadoras brasileiras, representando a Ufes e a Unicamp”, afirma. Em reuniões periódicas presenciais – excepcionalmente, a de março foi cancelada e a de outubro ocorreu virtualmente devido à pandemia –, o grupo trata de temas como a harmonização metodológica para quantificação de impactos ambientais de edificações; o alinhamento da avaliação do ciclo de vida para quantificação desses impactos com ferramentas de projeto e de planejamento, e, ainda, o desenvolvimento de indicadores e benchmarks para construção de bancos de dados nacionais e regionais.
Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho