Presidente da ABL, Marco Lucchesi destaca que a educação é a única forma de alavancar o país

27/05/2019 - 21:30  •  Atualizado 01/11/2022 09:17
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“Não há outra forma para alavancar o país sem que seja por meio de políticas públicas responsáveis, passando sempre pela educação”. A frase é do presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marco Lucchesi, um dos convidados da 6ª edição da Feira Literária Capixaba (Flic-ES), realizada entre os dias 22 e 26 de maio, no campus de Goiabeiras.

Durante a palestra Democracia é diálogo, ministrada na noite de sábado, 25, no auditório do Centro de Ciências Exatas (CCE), o presidente destacou que feiras literárias, a exemplo da Flic-ES, têm grande importância por reforçar a educação como construtora de uma sociedade mais solidária e democrática.

“A educação deve ser vista como um longo processo, que não termina até o dia em que você estiver vivo e presente”, ressaltou.

Questionado sobre o perfil da atual geração, sempre conectada e habituada a obter informações rápidas e superficiais, o presidente da ABL explicou que as novas mídias não são inimigas e que é preciso tirar proveito das novas tecnologias. “Atualmente, você tem realmente respostas rápidas, prontas, mas uma mídia não exclui a outra. O fato não é a mídia, mas a construção de uma ideia, de uma orientação para ler o livro”. E completou: “O rosto impreciso e belo de um futuro que está sendo construído conjuntamente, com leitores de todas as idades”.

Biografia

Poeta, romancista, memorialista, ensaísta, tradutor e editor, Marco Lucchesi é o sétimo ocupante da cadeira número 15 da Academia Brasileira de Letras e, aos 55 anos, é o acadêmico mais novo a assumir a presidência da ABL nos últimos 70 anos. Nascido em 9 de dezembro de 1963, no Rio de Janeiro, foi eleito presidente da ABL para exercício no ano de 2018, tendo sido reeleito para seguir no cargo em 2019.

Atualmente, Lucchesi é professor titular de Literatura Comparada na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Formou-se em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e recebeu os títulos de mestre e doutor em Ciência da Literatura pela UFRJ, e de pós-doutor em Filosofia da Renascença pela Universidade de Colônia, na Alemanha. É pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi professor visitante da Fiocruz, das universidades de Roma II e Tor Vergata, na Itália, de Craiova, na Romênia, e de Concepción no Chile. Em 2016, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Tibiscus, de Timisoara, na Romênia.

Fluente em mais de 20 idiomas, traduziu diversos autores, como Umberto Eco, Friedrich Hölderlin, Juan de la Cruz, Francisco Quevedo e Angelus Silesius. Teve seus próprios livros traduzidos para romeno, italiano, árabe, inglês, francês, alemão, espanhol, persa, russo e latim, entre outros idiomas. É criador de uma língua artificial chamada “laputar”.

Dentre os muitos prêmios já recebidos, pode-se citar a Medalha do Mérito Cívico Afro-Brasileiro, da Faculdade Zumbi dos Palmares; a Medalha Professor Kosciuszko Barbosa Leão; o Prêmio Faz a Diferença (categoria livro), do Jornal O Globo; além do Prêmio Mérito Cultural da 6ª Flic-ES, recebido na Ufes.


Texto: Adriana Damasceno, com informações de Ana Paula Gusmão
Foto: Academia Brasileira de Letras
Edição: Thereza Marinho