O projeto Desenvolvimento do Polo de Fruticultura da Região do Caparaó, coordenado pela Ufes, receberá do Ministério da Agricultura uma verba de R$ 730 mil – dos R$ 4 milhões previstos – para dar início às suas atividades. O projeto tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento agrícola da região na área de fruticultura, ampliando a produção local, atualmente concentrada no plantio de café e na pecuária.
A estimativa é que o projeto seja executado integralmente em um prazo de três anos. A liberação dos recursos – que contou com o apoio e a articulação da senadora Rose de Freitas – será feita em três etapas. Na primeira, será realizado um diagnóstico de aptidão da região do Caparaó para a fruticultura e a criação de uma unidade demonstrativa no Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE), localizado no campus de Alegre.
O professor do Departamento de Agronomia do CCAE e coordenador do projeto, Moises Zucoloto, explica que, em seguida, após a seleção dos produtores, do tamanho das áreas e das espécies a serem cultivadas, será feita a instalação das plantas nas 23 unidades demonstrativas nos 11 municípios da região do Caparaó. Serão duas unidades em cada município e uma na área experimental da Ufes, denominada de matriz.
“Em paralelo à instalação das frutíferas, serão realizados cursos de capacitação para os agricultores, visando habilitá-los ao manejo correto dos recursos naturais e tratos culturais mais adequados. Será criado, ainda, um núcleo de assistência técnica para orientar os agricultores quanto aos tratos culturais e formas de comercialização dos produtos produzidos”, afirma.
Ao todo, serão beneficiados agricultores familiares dos municípios de Divino de São Lourenço, Alegre, Guaçuí, Ibitirama, Iúna, Jerônimo Monteiro, Dores do Rio Preto, Ibatiba, Irupi, Muniz Freire e São José do Calçado.
Diversificação
O professor destaca que o desenvolvimento do projeto foi motivado pelos bons resultados já registrados em outros polos de fruticulturas instalados no estado. Zucoloto salienta que a região do Caparaó possui solos com diferentes aptidões agrícolas para a implementação de diferentes frutíferas, com condições climáticas das mais diversas possíveis.
“Outro fator que merece destaque é que a atividade agrícola da região está concentrada basicamente na agricultura familiar, onde mais de 60% da renda total gerada na região tem como base o setor agrícola. Por ser uma região com pouca diversidade agrícola, sendo a cafeicultura e a pecuária as principais atividades, a fruticultura poderá ser uma alternativa”, relata.
Além de beneficiar o pequeno produtor e gerar empregos no campo, o projeto também vai favorecer as áreas urbanas, com a comercialização e a industrialização dos produtos.
Segundo dados apresentados no projeto, a fruticultura tem se destacado no Espírito Santo, respondendo por 18% do valor bruto da produção agropecuária, em torno de 1,3 milhão de toneladas ao ano e faturamento de R$ 600 milhões em renda. Além das condições favoráveis de clima e de solo para a produção de grande diversidade de frutas de climas tropical, subtropical e temperado, o estado possui uma localização geográfica privilegiada, com excelente malha viária e complexo portuário, permitindo o melhor escoamento da produção.
Texto: Thereza Marinho
Imagens: Departamento de Agronomia/CCAE