Pesquisas da Ufes ganham primeiros lugares de prêmio de sustentabilidade

31/10/2023 - 15:00  •  Atualizado 01/11/2023 12:53
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O Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Ufes, em Jerônimo Monteiro, comemora os dois primeiros lugares na categoria Ensino Superior do Prêmio Biguá de Sustentabilidade 2023. Com o projeto Cápsulas de Biocarvão Veiculadoras de Sementes para Recuperação Ambiental, o pesquisador Alison da Silva (foto à direita) foi o primeiro colocado. O segundo lugar ficou com a engenheira florestal Gabriela Cupertino, com a pesquisa Caminhos sustentáveis: a co-pirólise de biomassa e resíduos de PET como alternativa para geração de novos produtos. Ambos foram orientados pelo professor Ananias Dias Júnior.

“Esse é um dos prêmios mais importantes do Espírito Santo [na área de sustentabilidade], que seleciona projetos em diversas categorias. Ficamos muito contentes de ter reconhecidos esses trabalhos. Nossa filosofia é impactar, com os projetos de pesquisa, a tomada de decisão, resolver algum problema da sociedade, com foco na aplicação prática”, comemora o orientador. Ele destaca o engajamento da equipe e o estímulo aos estudantes, adequando os projetos de pesquisa “às peculiaridades de cada indivíduo”.

Reflorestamento

As cápsulas de biocarvão, feitas de materiais residuais, melhoram significativamente as características químicas, físicas e biológicas do solo, e ainda facilitam a dispersão de sementes para reflorestamento.

“Ganhar essa premiação é muito gratificante. Sela um trabalho lindo que eu, meu orientador e outros colaboradores desenvolvemos. É ainda mais compensatório quando penso em todas as dificuldades que passamos, e entendemos o quanto este projeto pode beneficiar a população e o meio ambiente”, afirma Silva, que desenvolveu o projeto quando cursava o mestrado em Ciências Florestais. Atualmente, ele está fazendo doutorado em Recursos Florestais na Universidade de São Paulo (USP).

Sustentabilidade

Gabriela Cupertino (à esquerda, ao lado do professor Ananias Júnior e do pesquisador Alison da Silva), mestra e doutoranda em Ciências Florestais pela Ufes, trabalhou no projeto que lhe rendeu o segundo lugar no Prêmio Biguá durante o mestrado. Segundo ela, o projeto tem como principal finalidade “trazer uma alternativa eficiente e sustentável para resolver a questão dos plásticos, em especial o PET, que é o tipo de plástico descartado de maneira imediata. Ou seja, o que é produzido em poucas horas se torna lixo”.

Ela explica que foi utilizado um processo termoquímico chamado co-pirólise no qual resíduos de PET, em conjunto com a biomassa, se transformam em materiais valiosos: o carvão co-pirolitico e o bio-óleo. Esses materiais apresentaram características atrativas para diversos setores, como indústria siderúrgica, cosmética e até mesmo farmacêutica.

“Ganhar o Prêmio Biguá é o reconhecimento da pesquisa e um incentivo para continuar lutando pela ciência. Eu e minha equipe somos muito gratos por podermos estar pensando em inovação e sustentabilidade e queremos poder inspirar novos projetos e pesquisadores”, afirma Cupertino.

A entrega da premiação aconteceu no dia 17 de outubro. Os pesquisadores ganharam troféus, certificados e valores em espécie para incentivo a pesquisas. O prêmio é uma iniciativa da Rede Gazeta e das TVs Gazeta Norte e Noroeste.

 

Texto: Sueli de Freitas
Fotos: Divulgação e arquivo pessoal
Edição: Leandro Reis