A equipe SolarES da Ufes, sob orientação dos professores Rodolfo Villaça e Roberta Gomes, ambos do Departamento de Informática e do Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI), conquistou o segundo lugar numa competição de ideias inovadoras para Cidades Inteligentes realizada paralelamente ao 42º Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos (SBRC 2024), evento realizado na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. A equipe é formada pelos estudantes Breno Krohling (mestrado/PPGI), Eduardo Sarmento (mestrado/PPGI), Guilherme Brotto (Ciência da Computação), Johann Bastos (Ciência da Computação) e Vitor Zanotelli (doutorado/PPGI).
O hackathon, que é uma maratona de programação, tem o objetivo de propor e desenvolver uma solução em um curto período de tempo, muitas vezes resultando apenas em uma prova de conceito ou viabilidade da ideia. Na maratona do SBRC, os participantes foram desafiados a propor um projeto com o tema Cidades Inteligentes, no prazo dos quatro dias do evento, utilizando a tecnologia blockchain na solução proposta.
Segundo Breno Krohling, a blockchain é uma tecnologia que permite criar um registro compartilhado e imutável de transações de créditos, permitindo que essas sejam verificadas e rastreadas de forma transparente e segura por todas as partes envolvidas, sem depender de uma autoridade central.
Comércio de energia
A solução proposta pelo grupo capixaba levou o nome de SolarMarket e foi criada com o objetivo de explorar a vantagem da geração de energia fotovoltaica no Brasil. Atualmente, residências com painéis solares podem vender energia em excesso para a concessionária em troca de créditos. No entanto, não é possível vender ou negociar energia com outras pessoas que também possuem instalações fotovoltaicas.
“A ideia geral da proposta é tornar possível a venda e compra de energia entre clientes, através de um mercado descentralizado, sem a necessidade de uma entidade intermediadora. Para isso, foi desenvolvida uma prova de conceito na qual, ao vender energia para a concessionária, um cliente receberia créditos no formato de um ‘token de energia’, que consiste em um contrato na blockchain que poderia ser negociado com outras pessoas”, explicou Krohling.
Segundo ele, “ao realizar todas as transações na blockchain, garantiríamos confiabilidade e transparência em todo o processo, além da descentralização. Com o mercado em funcionamento, haveria mais flexibilidade no uso pessoal da energia gerada, o que poderia gerar lucros e incentivar o maior uso de energia solar e, consequentemente, reduzir o uso de energia proveniente de fontes não renováveis”.
O projeto SolarMarket recebeu um prêmio de US$ 200 por parte da Cartesi.io, patrocinador do hackaton.
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