Andifes lança programa que permite mobilidade de estudantes por meio virtual

09/02/2021 - 17:44  •  Atualizado 11/02/2021 20:24
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As universidades federais do Rio Grande (FURG), do Maranhão (UFMA), do Sul da Bahia (UFSB) e de Goiás (UFG) lançaram, no dia 29 de janeiro, a edição piloto do Programa de Mobilidade Virtual em Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Promover). A iniciativa foi proposta pela Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino (Andifes), que, a partir dos conceitos e possibilidades testados pelas quatro universidades, irá expandir o programa de forma a garantir a integração das universidades federais associadas que manifestarem interesse.

Para o secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduino, o programa é um novo marco no ensino superior público, com enorme potencial a ser explorado. “O Promover é um passo adiante em relação ao convênio de mobilidade presencial de estudantes de graduação da Andifes. A meta é buscar a integração em rede para o ensino, a pesquisa e a extensão e também para a gestão das universidades federais”, afirma.

Como destaca Balduino, a partir de uma referência fundamental – a autonomia universitária, uma vez que cabe a cada instituição decidir sobre a adesão – o programa reforça o sistema de universidades federais como um todo. “Assim, o Promover reforça as políticas públicas relevantes, como a expansão do ensino superior público, gratuito e de qualidade; o acesso, o êxito e a permanência dos alunos; a superação das desigualdades regionais; o desenvolvimento científico e tecnológico, tudo isso mirando também na internacionalização das universidades federais e olhando, com a atenção que o momento exige e que o futuro determina, para a necessária democratização da infraestrutura da transmissão de dados e a utilização de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)”, detalha.

O secretário executivo da Andifes ressalta que o programa será coordenado pela rede federal de universidades. “Todo o sistema será coordenado, pensado e gerido pelo coletivo das universidades reunidas na Andifes, por meio de seus fóruns assessores, como o Cograd (Colégio de Pró-Reitores de Graduação), o Copropi (Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação), o Coex (Colégio de Pró-Reitores de Extensão) e o Forgepe (Fórum Nacional de Pró-Reitores de Gestão de Pessoas). São as universidades colaborando em rede, de forma autônoma, para que o sistema federal de ensino superior siga crescendo cada vez mais e, a partir dessa consolidação, possa interagir, também, com outros sistemas, como os institutos federais e as universidades estaduais, entre outros”, detalha.

Intercâmbio

O reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho, mostra entusiasmo ao pensar nas fronteiras que o Promover pode transpor. “O que norteia uma universidade é sempre manter uma parceria e fazer um intercâmbio. E, certamente, esse é um projeto que pode se encaminhar para a internacionalização”, destaca.

De acordo com o reitor da FURG, Danilo Giroldo, a qualidade na formação dos graduandos irá se intensificar com a troca de experiências e com a vivência entre alunos de diferentes cursos e regiões. “A formação de um estudante num ambiente universitário se compõe de um conjunto importante de vivências, formação política, formação social e cultural. Então, quanto mais se ampliar os diálogos interculturais e inter-regionais, maior será a qualidade do ensino”, comemora.

A reitora da UFSB e vice-presidente da Andifes, Joana Angélica Guimarães, acrescenta que as universidades federais refletem as peculiaridades de onde estão inseridas e que isso está impresso em seus modelos de ensino. “Eu sou do sul da Bahia, mas já estudei no sul do país e sei o quanto essa vivência das diferenças regionais contribuíram para a minha formação como pessoa e como profissional. Não tenho dúvidas de que, a partir do Promover, teremos projetos de extensão ainda mais ricos e que acrescentarão muito a partir dos diálogos entre as comunidades nas diferentes localidades”, compartilha.

Para o presidente da Andifes, Edward Madureira (UFG), o programa garante a integração entre as universidades, além de permitir uma troca de experiências que se irá se refletir potencialmente na formação dos estudantes. “A nossa expectativa é de que já no próximo semestre tenhamos outras universidades participando, em uma integração nacional, facilitando a parceria entre professores, compartilhamento de projetos de pesquisa e extensão e estudantes de iniciação científica. Em um segundo momento, poderemos ter também a participação de institutos federais, de universidades estaduais e, inclusive, de universidades pelo mundo”, afirma.

Ainda de acordo com Madureira, em paralelo às atividades dos alunos em mobilidade das quatro primeiras universidades, a Andifes promoverá a avaliação da experiência para elaborar a governança do programa. “Também buscaremos a interação com o MEC [Ministério da Educação], que certamente pode colaborar bastante”, conclui.

O projeto piloto do Promover permite que alunos da graduação cursem até três disciplinas, em mais de uma universidade, além daquelas em que estão matriculados, pela internet. Nesse primeiro momento, o projeto oferece 2.240 vagas distribuídas em 340 disciplinas. Podem se inscrever para a seleção todos os estudantes de graduação regularmente matriculados em uma das universidades participantes, por meio da internet.

Segundo a Pró-Reitoria de Graduação da Ufes, a Universidade tem interesse em aderir ao Promover e analisará seu processo de adesão e desenvolvimento, a fim de oferecer essa oportunidade aos seus estudantes. 

 

Texto e imagem: Andifes
Edição: Thereza Marinho