Feminismo e luta antirracista são temas de eventos em alusão ao Dia Internacional da Mulher

04/03/2024 - 10:40  •  Atualizado 05/03/2024 16:00
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Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o Grupo de Estudos Antirracista Lula Rocha (GEALR), vinculado ao Núcleo de Estudos sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos (Nevi/Ufes), realizará nesta terça-feira, 5, dois eventos com o objetivo de discutir temas relacionados ao feminismo e à luta antirracista. A partir das 14 horas, o auditório da Casa do Cidadão, localizado no bairro de Itararé, em Vitória, estará aberto ao público para o debate A luta antirracista na perspectiva das mulheres. O evento será realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e vai abordar a luta antirracista sob o ponto de vista feminino. Os interessados em participar devem se inscrever por meio deste link. As vagas são limitadas a 110 inscritos.

Mais tarde, às 19 horas, terá início o encontro A importância do feminismo e da participação da mulher branca na luta antirracista. Também aberto ao público, o evento acontecerá no Mini Auditório 2 do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes, campus Vitória) e visa problematizar as questões pertinentes à temática das relações raciais, abordando as especificidades da discriminação sofrida pelas mulheres negras.

“Será apresentado um recorte urgente à responsabilidade de um segmento social que por vezes parece estar alheio a esta demanda: as mulheres brancas, correlacionado-as às abordagens feministas que passam a se debruçar sobre a questão de gênero a partir do prisma antirracista”, explica a professora do Departamento de Serviço Social (DSS) e coordenadora do Nevi, Raquel Sabará, que organiza os encontros ao lado da professora do DSS Adriana Ilha e do pesquisador do Nevi Jonatas Nery.

Participarão das palestras da tarde a advogada e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Roberta Araújo, membro da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e a mestra em Educação e especialista em Psicopedagogia institucional Noelia Miranda, que atua em temas como literatura africana e afro-brasileira infantil e infanto-juvenil e meninas negras na literatura.

A advogada Roberta Araújo também participará do evento noturno, que contará ainda com palestras da historiadora e secretária geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufes, Loyane Lô, militante do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Levante Popular da Juventude; e da doutoranda em Oceanografia Ambiental pela Ufes Dandara Cabral, estudiosa dos impactos do racismo ambiental em comunidades tradicionais atingidas por grandes empreendimentos.

Direitos humanos

Para Adriana Ilha, as comemorações em torno do dia 8 de março trazem à tona a questão do feminismo muitas vezes voltado apenas às mulheres brancas. “Nós precisamos de um feminismo que agregue as mulheres negras e os homens também. Como diz Bell Hooks, ‘o feminismo é para todo mundo’!”, ressalta. De acordo com ela, é função da universidade promover uma educação para a cidadania e em defesa dos direitos humanos: “Este é o nosso papel enquanto Ufes: a importância da universidade na nossa formação e na divulgação para a própria sociedade, para que os crimes de injúria racial e os episódios de racismo sejam enfrentados, sejam evitados por meio da conscientização. Segundo Ângela Davis, ‘não basta não ser racista, precisamos ser antirracistas’”.

Os eventos são organizados pelo GEALR, em parceria com o MNU, o Fórum de Mulheres de Cariacica e o Coletivo Amara, contando com apoio do Nevi/Ufes.

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho