Imagem de peça do Museu de Ciência da Vida é capa de livro sobre anatomia

01/03/2021 - 15:13  •  Atualizado 01/11/2022 09:19
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A peça Princípio da Vida, que compõe o acervo do Museu de Ciências da Vida da Ufes, ilustra a capa do livro Técnicas Anatômicas, lançado pela Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA). A fotografia e a plastinação da peça são de autoria do professor de anatomia da Ufes Athelson Bittencourt. “É uma honra ter tido essa imagem escolhida, mostra o reconhecimento do trabalho desenvolvido no Museu”, afirma o professor, lembrando do colega que fez a dissecção da peça, “o saudoso e magnífico anatomista e também professor dessa Universidade José Alberto Barreira Sarmento”, que faleceu em 2015.

A contribuição da Ufes para a obra vai além. O livro reúne, em 26 capítulos, descrições metodológicas de 20 técnicas de anatomia, sendo dois capítulos de autoria do professor Bittencout em parceria com outros autores. No capítulo Plastinação: inovando o ensino de anatomia, o professor descreve a técnica ao lado do colega Carlos Baptista, da Universidade de Toledo (EUA). Já no capítulo Descarte de resíduos químicos e biológicos do Laboratório de Morfologia, a coautoria é do técnico do Laboratório de Plastinação da Ufes e mestre em bioquímica Yuri Favalessa Monteiro.  

A obra foi editada pela SBA e é coordenada pelos anatomistas Andréa Oxley, Henrique Barros e Valéria Vazan. Conta com textos de professores, pesquisadores e técnicos em anatomia de diversas partes do Brasil, dos Estados Unidos e de Portugal. “É um texto rico em imagens e detalhes, que propiciam ao leitor a reprodutibilidade das técnicas ali descritas. É um livro para estar no escritório e na bancada do laboratório”, afirma Bittencourt.

O Museu

O Museu de Ciências da Vida (MCV), localizado no campus de Goiabeiras, é referência nacional na área de museus relativos ao corpo humano e domina o setor de tecnologia de plastinação, que é uma técnica de conservação de corpos e tecidos biológicos que aumenta a durabilidade dos elementos. Nessa forma de conservação, água e lipídeos são substituídos por um polímero, que pode ser silicone ou resina.

Seu acervo conta com mais de 400 peças, como crânios, cérebros e um feto de seis semanas, além de um esqueleto e corpos dissecados. Dentre os destaques, está a peça Tomografia, um corpo humano inteiramente fatiado e plastinado, que só é produzido em poucos países do mundo, como Alemanha, Espanha, Estados Unidos e China. A peça leva esse nome porque expõe os cortes como no exame radiológico e tem cerca de quatro metros, pois há espaçamento entre os cortes.

Há também animais da fauna silvestre da mata atlântica que foram vítimas de atropelamento na Reserva de Sooretama, na BR 101, em Linhares, e agora estão plastinados e em exposição.

Devido à pandemia de COVID-19, o Museu de Ciências da Vida permanece com suas atividades de atendimento ao público suspensas.

 

Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho