Desemprego, adoecimento generalizado, racismo e direitos reprodutivos são alguns dos temas abordados na nova edição da Revista PET Economia Ufes. A publicação, coordenada pelo professor do Departamento de Economia Vinícius Pereira, chega ao nono número, analisando como as questões econômicas estão interligadas a aspectos sociais contemporâneos. O material pode ser acessado neste link.
Com textos produzidos por integrantes do PET Economia, a nova revista intitula-se Neoliberalismo: as novas faces do velho jogo. A escolha visa abordar as mazelas de um modelo “caracterizado pela precarização do mercado de trabalho, pela exacerbação do individualismo e pela retirada do protagonismo do Estado na resolução de problemas sociais”, conforme explicou Kayky de Oliveira, estudante do 4º período de Ciências Econômicas e bolsista do PET Economia Ufes.
“O título da edição busca evidenciar que, embora essas questões sejam fenômenos atuais, elas estão intrinsecamente ligadas a aspectos históricos do capitalismo. São as mesmas lições de ontem, repetidas e endossadas pelos ideólogos de hoje”, acrescentou o bacharel em Ciências Econômicas Matheus Maia, que é coautor dos textos À Margem do Futebol no Brasil, Cannabis: uma questão de saúde pública e Maria da Conceição Tavares: ontem, hoje e sempre.
Crise do Capital
Um dos pontos levantados pelo professor Pereira para explicar as constantes crises e reinvenção do sistema capitalista abordadas ao longo das páginas da Revista PET Economia é que elas são um fenômeno intrínseco a esse sistema econômico.
Segundo ele, as crises desempenham um papel fundamental nesse processo. “Sim, a crise é um fenômeno intrínseco ao desenvolvimento do capitalismo, pois representa um papel essencial, o de limpar o terreno para o grande capital, eliminando os capitais excedentes, aqueles menos eficientes”, afirmou.
“No entanto, a cada nova crise cíclica do capital, a forma de reprodução do capitalismo mundial se renova, isto é, reinventam-se velhas formas de exploração, dando-lhes uma nova roupagem histórica, objetivando com isso sair da crise. No entanto, a nova aparência apenas disfarça, e às vezes oculta, a mesma e velha essência do interesse privado”, analisou o docente.
Desenvolvimento acadêmico
Para Pereira, a importância dos petianos na produção da revista é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e profissional desses discentes. “Participar proporciona aos estudantes não apenas o aprimoramento na escrita acadêmica e na pesquisa por fontes bibliográficas confiáveis, mas também o desenvolvimento de uma visão ampla e integrada do mundo, articulada com os conteúdos abordados ao longo do curso de Ciências Econômicas da Ufes”, reforçou.
“Muitos petianos egressos destacam-se em diferentes setores do mercado de trabalho, atuando em empresas privadas, instituições financeiras, setor público e na docência, o que pode evidenciar a ampla gama de competências desenvolvidas durante sua trajetória no programa. Espera-se desenvolver no petiano o olhar atento às particularidades do desenvolvimento de nossa sociedade, de forma que sejam formados enquanto agentes da transformação social”, concluiu o professor.