O Movimento pela Infância e Audiovisual (MIA), grupo criado durante a 22ª Edição da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, acaba de lançar a Cartilha Propositiva MIA, cujos objetivos são evidenciar a potência histórica do público infantil para o audiovisual brasileiro e ressaltar a importância das políticas públicas para este segmento. A publicação é fruto de uma parceria entre o professor do Departamento de Comunicação Social da Ufes Arthur Fiel, coordenador do projeto de extensão Observatório do Cinema e Audiovisual Capixaba (OCAC), e a diretora da Mostra, Luiza Lins.
O documento, com 48 páginas, é destinado a gestores públicos municipais e estaduais, produtores, roteiristas, realizadores, pesquisadores, jornalistas e aos diversos agentes do ecossistema audiovisual nacional, e está disponível para download gratuito. Clique aqui para acessar.
A Cartilha MIA possibilita entender o nicho infantil como um segmento estratégico para o audiovisual brasileiro e reúne informações que buscam auxiliar o novo Conselho Superior de Cinema, a Secretaria do Audiovisual e o próprio Ministério da Cultura nas discussões a serem levantadas pelo setor. O documento é uma síntese do que foi apresentado por agentes do setor à secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, durante o 22º Encontro do Cinema Infantil, realizado em outubro de 2023.
O professor Arthur Fiel destaca a importância do envolvimento das universidades públicas nos embates e discussões em torno das políticas nacionais. “No caso, estamos discutindo ações e políticas que podem mexer no rumo do audiovisual brasileiro de uma vez por todas, tornando-o mais presente e acessível a todo o povo brasileiro desde sua infância. É muito importante compreendermos isso para avançarmos nas discussões setoriais sobre o tema”, afirma. Fiel destaca ainda que o OCAC seguirá atuando de modo estratégico e preciso para o desenvolvimento do audiovisual local e nacional.
Para Luiza Lins a cartilha chama atenção para algo fundamental para a compreensão do cinema e audiovisual brasileiro: “Nossa cartilha expõe de modo a não deixar nenhuma dúvida sobre a importância do audiovisual infantil para a cadeia produtiva do cinema e audiovisual brasileiro. Com isso, aqui chamamos atenção para algo básico a ser compreendido pela gestão pública do setor: o cinema brasileiro precisa das crianças! As crianças precisam do cinema brasileiro!”.
Urgências
Entre outros pontos, o documento chama a atenção para a urgência da união do audiovisual, por meio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, com a Secretaria de Comunicação (Secom), para o debate sobre a implementação da Lei 14.533/2023 no Brasil, que instituiu a Política Nacional de Educação Digital (PNED). A cartilha também aponta para urgente necessidade da regulamentação da Lei 13.006/2014, que garante que todas as crianças possam assistir a duas horas mensais de cinema brasileiro na escola. Essas duas ações, segundo a cartilha, podem se apoiar em parcerias entre o Ministério da Cultura e as redes de educação que já possuem uma estrutura mínima.
Clique aqui e assista ao vídeo da campanha Cinema Brasileiro para Crianças.
O Movimento pela Infância e Audiovisual (MIA) foi criado no 22º Encontro Nacional do Cinema Infantil, realizado durante a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, em outubro de 2023. Além de Arthur Fiel e Luiza Lins, integram o movimento representantes do audiovisual infantil de outros estados, como Ana Bárbara Ramos (Paraíba), Ana Paula Nunes (Bahia), Beth Carmona (São Paulo), Carla Esmeralda (Rio de Janeiro), Mel Bomfim (Distrito Federal) e Maria Angélica dos Santos (Rio Grande do Sul), entre outros nomes.
Na foto, Arthur Fiel, Beth Carmona, Luiza Lins, Joelma Gonzaga e Carla Esmeralda.
Sobre o OCAC
O projeto de extensão Observatório do Cinema e Audiovisual Capixaba tem por objetivo reunir informações e resultados de chamadas públicas e pesquisas científicas relacionadas ao campo do cinema e audiovisual no Brasil e no Espírito Santo para, assim, sustentar o desenvolvimento de ações estratégicas que fomentem o desenvolvimento do audiovisual nacional e local.
Dentre as ações previstas se encontram publicações de estudos, análises e sistematização de dados acerca dos resultados e impactos das políticas públicas direcionadas ao audiovisual, além do desenvolvimento de ações de extensão que visem a qualificação de profissionais do setor – agentes culturais, gestores públicos e demais envolvidos no arranjo produtivo do audiovisual.
Com informações encaminhadas pelo professor Arthur Fiel
Foto: Carolina Arruda
Edição: Thereza Marinho