Projetos selecionam voluntários com doença de Parkinson e lesão no cérebro para participação em pesquisas

03/09/2024 - 12:03  •  Atualizado 03/09/2024 12:35
Texto: Adriana Damasceno     Edição: Thereza Marinho
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Foto de paciente em pé, com um pé sobre um caixote de madeira, sendo observado por dois profissionais

O Grupo de Ensino e Pesquisa em Neurorreabilitação e Neuromodulação (GPENN) e o projeto de extensão Neuromodulação para todos estão com inscrições abertas para homens e mulheres que apresentem doença de Parkinson e trauma cranioencefálico (TCE). Serão no mínimo 30 vagas para pacientes voluntários, que passarão por avaliações e atendimentos que incluem sessões de treino de marcha e estimulação transcraniana três vezes na semana, ao longo de 12 sessões, aproximadamente.

As duas ações têm relação com pesquisas de mestrado e doutorado de dois estudantes vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PPGCF/Ufes), orientados pelo professor Fernando Zanela. Os interessados em participar devem se inscrever por meio do formulário disponível aqui, optando pela pesquisa que mais se adequa a cada caso.

Doença de Parkinson

O estudo Estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) no treinamento de caminhada, mobilidade e redução de quedas na doença de Parkinson, do educador físico e aluno de doutorado Jader Rocha, é voltado para pacientes com diagnósticos de Parkinson que tenham mais de 40 anos de idade e apresentem caminhada prejudicada e travamento da marcha.

São oferecidas 30 vagas e os atendimentos acontecem sempre às segundas, quartas e sextas-feiras, às 9 horas e às 13 horas, na Clínica Escola de Fisioterapia (campus de Maruípe). Os pacientes passarão por treino de marcha e estimulação cerebral não-invasiva, técnica indolor que estimula eletricamente o cérebro para facilitar a reaprendizagem motora. Dentre os benefícios esperados com o tratamento estão a melhora da velocidade da marcha, o ganho de amplitude de movimento, a mobilidade dos membros inferiores e a redução de quedas.

Do ponto de vista motor, pacientes com doença de Parkinson apresentam sintomas como rigidez muscular, tremor e movimentos lentos (conhecidos como bradicinesia). “Esses três sintomas têm importante impacto na atividade de andar desses pacientes, que andam com um passo curto. Nossa abordagem vai ser nesses aspectos da marcha, visando estimular o cérebro com treino de marcha na esteira, por meio de técnicas de estimulação transcraniana”, explica Zanella.

Trauma cerebral

Foto de uma paciente utilizando o Lokomat, sendo observada por uma profissional

A pesquisa Efeitos do treinamento de marcha no lokomat na melhora da marcha e participação social de indivíduos após trauma cranioencefálico (TCE): um estudo de viabilidade, de autoria da fisioterapeuta e estudante de mestrado Jéssica Buarque, é voltada para pacientes de 18 a 50 anos de idade, que sofreram trauma grave na cabeça entre seis meses a três anos desde o trauma e que já andam, mas ainda apresentam alguma dificuldade. A ideia do estudo é melhorar a atividade e a velocidade da marcha desses pacientes.

Este projeto é por livre demanda, ou seja, não há um número de vagas específico. Os atendimentos acontecem ao longo de um mês, na Clínica Escola Interprofissional de Saúde (Ceis, campus de Maruípe), três vezes por semana, das 8 às 16 horas (conforme a disponibilidade do paciente).

O participante da pesquisa vai realizar o treinamento com um exoesqueleto para ajudar na melhoria da dificuldade para andar. O treinamento da marcha é feito por meio de um equipamento robótico de última geração chamado Lokomat, tecnologia disponível na Ufes e em outros poucos centros de pesquisa do Brasil, que permite a reprodução das fases do andar sem que o indivíduo necessariamente ande.

“A gente acredita que esse treino pode ser benéfico para que o paciente caminhe melhor ou volte a caminhar. Queremos estudar se é viável um ensaio clínico para associar esse equipamento a pacientes que sofreram o traumatismo cranioencefálico”, sinaliza o professor.

Mais informações sobre os projetos podem ser obtidas pelos e-mails da estudante e do projeto.

Fotos: GPENN e Neuromodulação para todos

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