Público prestigia solenidade de 69 anos da Ufes e se encanta com concerto de orquestra

05/05/2023 - 21:36  •  Atualizado 08/05/2023 17:41
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Uma história de luta de alguns personagens ilustres e muitos anônimos. Construída dia a dia por estudantes e servidores docentes e técnicos administrativos, a Ufes completou 69 anos nesta sexta-feira, 5, resgatando sua história em uma cerimônia solene no Teatro Universitário, e celebrando a vida daqueles que deixaram um legado entre os seus muros. O público compareceu em peso ao Teatro e prestigiou a solenidade, que teve início às 18 horas e contou com um concerto especial da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses).

“A história da nossa Universidade está entrelaçada a várias gerações de pessoas que ofereceram sua energia para construi-la”, afirmou o reitor da Ufes, Paulo Vargas. “Esta é uma comemoração necessária porque resgata a memória dessa instituição que passou a ocupar um lugar estratégico para o desenvolvimento do estado e do país”.

O evento contou com as presenças do vice-reitor, Roney Pignaton, de pró-reitores, gestores, servidores e estudantes. Também estiveram presentes autoridades e representantes da Cooperativa de Crédito dos Servidores da Ufes (Credufes), Arcelor Mittal, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Prefeitura de Vitória.

Marcos

Em seu discurso, o reitor (foto) lembrou marcos da trajetória da Ufes, desde sua fundação, em 1954, passando pela criação do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam-Ufes), em 1967, e as criações dos campi em São Mateus e Alegre, entre outras datas. Sobre a instituição da reserva de vagas, Vargas afirmou que “é uma das mais importantes ações realizadas pelas universidades brasileiras, um passo importante para a democratização do acesso ao ensino superior, abrindo um novo horizonte para a universidade mais inclusiva e conectada às necessidades da sociedade”.

Primeiro aniversário comemorado presencialmente desde 2019, devido à pandemia de covid-19, os 69 anos da Ufes marcam, segundo Vargas, um momento de mais esperança para a educação pública, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É chegada a hora de novos incrementos na Universidade”, disse. O reitor ainda citou Paulo Freire, para quem “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

“Fortalecer a educação e a universidade é oferecer à sociedade a oportunidade de se transformar e superar as profundas desigualdades que nela persistem”, concluiu Vargas.

Trajetória

O vice-reitor da Ufes, Roney Pignaton (foto), lembrou de sua trajetória como estudante e professor da Universidade. Mencionou ainda seus familiares, também egressos da Universidade. “Sou exemplo de como é transformadora a missão da universidade. A Ufes foi um alicerce para as nossas conquistas e construção do nosso caráter. A minha história se repete em milhares de famílias capixabas”, disse.

Para o diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Pedro Lucas Fontoura, a Ufes tem se destacado ao longo dos anos por seu compromisso com a transformação social. “É aqui que milhares de jovens têm oportunidade de desenvolver suas habilidades, tornando-se agentes de mudança em suas comunidades e em todo o país”, disse.

Já o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes), Wellington Pereira, exaltou o papel dos técnicos administrativos na construção da Universidade. “Fomos nós que carregamos a pedra fundamental. E nessa construção nós também fomos crescendo”, disse.

Presidente da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), Junia Zaidan lembrou a história de lutas da Adufes junto ao DCE, ao Sintufes e aos movimentos populares: “Nossa entidade compõe a história da Ufes tocando a tarefa sindical, mas transpondo os limites corporativos num fim que temos em comum: fortalecer a educação e o serviço públicos”.

Concerto

Após a solenidade, o público assistiu ao espetáculo da Oses, que apresentou o programa Música e Natureza, composto pela obra Suíte Brasil Azul, de Alexandre Guerra, e por três valsas do compositor austríaco Johann Strauss. A apresentação teve ingressos esgotados em cerca de uma hora e foi aplaudida de pé pelos presentes.

“São obras que, de alguma maneira, tratam desse tema ou dialogam com ele, incluindo a questão ambiental”, explicou o maestro titular, Helder Trefzger. O concerto foi o primeiro evento de música clássica do Teatro desde a sua reabertura, após uma série de melhorias estruturais.

 

Texto: Leandro Reis
Fotos e edição: Thereza Marinho