Após um hiato de cinco anos, a revista Primeira Mão está de volta! Produzida por estudantes do curso de Jornalismo da Ufes, a publicação chega à sua 160ª edição abordando temas que impactam o cotidiano da população capixaba e do público universitário. O novo número da revista laboratório pode ser acessado no site do Universo Ufes e também neste link.
Um dos motivos para a ausência de publicações da revista tem a ver com a pandemia e as mudanças que esse período ocasionou. “Nós tivemos a pandemia, que nos obrigou a repensar as formas de produzir as atividades e ainda estamos ajustando. Mas, nesse tempo, outras atividades foram desenvolvidas pelos professores do curso de Jornalismo para que os estudantes tivessem a formação adequada”, explica a professora do Departamento de Comunicação Social Ruth Reis, orientadora do projeto.
A nova edição não apenas retoma a periodicidade da publicação, que existe desde o início da década de 1990, como reafirma sua importância enquanto espaço de aprendizagem e experimentação, tanto para futuros profissionais quanto para as diferentes gerações de jornalistas formados pela Ufes.
“A revista é um espaço de aprendizagem no qual os estudantes têm condições de experimentar as diferentes dimensões do fazer jornalístico: a ética, a técnica, a estética, a política, além das diferentes funções e da convivência com os colegas nessas diferentes posições”, ressalta a orientadora.
Ainda de acordo com a professora, o projeto está alinhado com a nova realidade das universidades brasileiras. “Também é importante destacar que a revista é um exemplo de atividade extensionista, neste momento em que se discute a curricularização da extensão, com a incorporação desta na carga horária de ensino das universidades”, destaca.
Novos ângulos e perspectivas
Editora-chefe da edição, a estudante Lara Santoro compartilhou quais foram os principais desafios para entregar o novo número da revista Primeira Mão ao público. Segundo ela, a principal proposta foi buscar novos ângulos e perspectivas para assuntos que são abordados pelos veículos de comunicação diariamente.
“A professora Ruth Reis queria que a gente saísse disso e buscasse o diferente. Como a gente busca o diferente falando de temas que são muito abordados? Foi um desafio”, destaca a estudante, que assinou uma matéria sobre o crescimento no número de cursos de Medicina em faculdades particulares no país.
Mais do que diferentes abordagens jornalísticas, Reis explica que a produção da revista está atrelada às mudanças atuais no campo da comunicação e no avanço da inteligência artificial. Para ela, um dos principais desafios é valorizar o jornalismo como fonte de informação de qualidade em meio a uma enormidade de conteúdos disponíveis.
“É também atualizar as formas de produzir o conteúdo jornalístico, preservando os princípios mais centrais, como a fidelidade aos acontecimentos nos relatos produzidos, o cuidado no tratamento das questões para que sejam apreendidas e narradas em suas múltiplas perspectivas, foco no interesse público etc.”, acrescenta.
Futuro
Agora, com a revista entregue, a equipe já começa a se preparar para produzir novos números. A meta é que, ainda neste período letivo, circulem três edições do Primeira Mão. E, se depender dos estudantes que tocam o projeto, o público da revista vai continuar lendo reportagens que dialoguem diretamente com seu dia a dia.
“É o nosso objetivo buscar essas pautas, que encaixem com o modo de pensar e ver o mundo dos estudantes universitários. Estamos sempre buscando seguir nessa linha. E buscar assuntos para além da Universidade, como a gente fez nessa edição, mas sempre numa linguagem e numa abordagem que faça sentido para a gente e para o nosso público-alvo”, prometeu Santoro.
Para Reis, além do desafio jornalístico, existe a tarefa de fazer com que o produto chegue ao receptor, ou seja, ao público desejado. “Fazemos isso hoje por meio das redes sociais, o que abre outra etapa de atividades que antes não tínhamos. Bastava mandar a publicação para a gráfica e distribuí-la. Agora temos mais trabalho e necessidade de articulação e sintonia de toda a turma de estudantes para que tudo saia como planejado”, conclui a professora.
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