
Propagar a consciência ecológica e coordenar práticas de sustentabilidade: esses foram os principais tópicos da mesa redonda Educação Ambiental e Territórios, que integrou a programação da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no campus de Goiabeiras até sexta-feira, 21.
A temática da mesa, realizada no Cine Metrópolis, destacou a importância de levar em consideração os diferentes territórios vivenciados pela população brasileira neste país de dimensões continentais. Nesse sentido, as mudanças climáticas provocam consequências distintas em cada região. Sendo assim, as medidas necessárias para alterar esse cenário podem ser alcançadas por meio da institucionalização da educação ambiental.
Os especialistas consideram ainda que as emergências climáticas se constituem como problema imediato. Tal conclusão está alinhada ao tema central desta edição da SBPC, Clima e Oceano: a Urgência de Construir um Futuro Sustentável.
Para Andra Kauhanny, estudante de Química da Ufes, as palestras instigaram aquilo que já foi abordado em sala de aula, mas que não tinha sido problematizado até então. “Foi além dos nossos ambientes acadêmicos. Eu acho que as palestras fizeram uma inserção do cotidiano e de como, de fato, a gente pode aplicar o que ouviu e assistiu aqui, fora da experiência acadêmica”, detalhou.
Problema imediato
A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenadora da mesa, Rosângela Araújo, ressaltou a importância imediata de consolidar políticas públicas que assegurem a conservação da vida no planeta Terra.
“É sobre construir uma política pública focada mais do que na difusão de conhecimento científico, mas no comprometimento científico com relação à proteção do planeta. O papel fundamental da educação foi aqui destacado, não necessariamente na condição de disciplina, mas no contexto de práticas formativas que alcancem todos os sujeitos dentro do ambiente escolar”, explicou a coordenadora.
Impases jurídicos
O analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Diego Fernandes, que integrou o grupo de palestrantes, considerou crucial acelerar a transição energética. Ele argumentou em favor da popularização dos veículos elétricos e outras medidas, mas afirmou que tudo depende da união de interesses divergentes.
“A pauta do meio ambiente não envolve apenas a preservação e conservação dos recursos naturais, mas também a manutenção dos interesses econômicos, sobretudo dos entes privados: empresas, microempresas, indústrias, holdings e até as redes digitais de streaming. E há também a preocupação com que a sociedade seja justa, igualitária, equânime, consciente, capacitada, educada e com consciência em relação à preservação e conservação do meio ambiente. Então, em suma, é uma pasta realmente complexa”, concluiu.
Foto: Jardel Rodrigues/SBPC