Ufes tem dois representantes entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2020

23/10/2020 - 20:24  •  Atualizado 01/11/2022 09:22
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A lista dos finalistas ao 62º Prêmio Jabuti, o mais tradicional do segmento literário brasileiro, foi divulgada na quinta-feira, 22. Dentre os 200 finalistas, pesquisadoras da Ufes marcam presença com capítulos escritos para obras selecionadas em duas das 20 categorias do prêmio.

Na categoria Economia Criativa, um dos concorrentes é o livro Publicidade antirracista: reflexões, caminhos e desafios, organizado por Francisco Leite e Leandro Batista, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A obra traz em seu sexto capítulo o texto Crespos e cachos, comunicação e consumo: fios entrelaçados em pesquisas realizadas no Brasil entre 2013 e 2018, escrito pela publicitária e servidora da Ufes Juliana Braga e pela professora do Departamento de Comunicação Social da Ufes Flávia Mayer.

O convite para participar do livro aconteceu em 2018, quando os organizadores da obra conheceram o trabalho das pesquisadoras da Ufes em um evento nacional da área de Comunicação. Na ocasião, Juliana e sua orientadora Flávia compartilharam parte da pesquisa de mestrado, que resultou na dissertação A mulher negra nas embalagens de cosméticos para cabelos crespos e cacheados, apresentada em março de 2020 ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Ufes (PósCom).

Atuando como publicitária na Editora da Ufes (Edufes), Juliana Braga lembra que a motivação para pesquisar o tema veio da possibilidade de aliar o estudo da Publicidade a uma perspectiva de interesse pessoal, que é o consumo de cosméticos para cabelos crespos e cacheados: “Considerei a relevância das temáticas que seriam abordadas no desenvolvimento do trabalho ao estudar a construção da mulher negra nessas embalagens”.

Para Flávia Mayer, a pesquisa contribuiu para que fossem conhecidos os estudos relacionados ao tema no Brasil, além de ajudar na compreensão de como o debate sobre o assunto permanece rarefeito. “Compor o livro foi uma possibilidade de unirmos esforços, fortalecermos e ampliarmos o debate, forjando outros caminhos para a Publicidade. Participar dessa obra é uma conquista, resultado dos esforços do nosso programa de mestrado”, conclui.

 

Categoria Artes

Na lista de concorrentes ao prêmio deste ano, também marca presença a professora visitante do PósCom Isabel Augusto, que escreveu A sutileza e o diálogo com o público tomam lugar na liderança da cinematografia brasileira dos anos 1990: Carla Camurati e o cinema da Retomada. O texto faz parte do livro Mulheres atrás das câmeras: as cineastas brasileiras de 1930 a 2018, organizado por Luiza Lusvargui e Camila Vieira, que disputa com outros nove finalistas a premiação na categoria Artes.

“Cada pesquisador foi convidado a falar sobre uma cineasta e a mim coube tratar do trabalho da Carla Camurati, responsável pelo filme que lançou o cinema da Retomada, em um momento importante de resistência do cinema brasileiro diante das crises pela falta de incentivo governamental. Ao dirigir o Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, Carla Camurati deu uma lição de como produzir com poucos recursos e muita criatividade, e ainda inovando ao colocar uma mulher como protagonista da obra", explica a pesquisadora Isabel Augusto. Para ela, o livro - que reúne 27 artigos - preenche uma lacuna sobre a história do cinema brasileiro e contempla a contribuição das mulheres atrás das câmeras. "Como pesquisadora da área de cinema e audiovisual, eu estou muito feliz por ter participado dessa obra e agradeço o convite feito por Luiza Lusvargui”, comemora.

A lista completa dos finalistas está disponível no site do prêmio. A relação dos vencedores da 62ª edição do Jabuti será anunciada no dia 26 de novembro, em cerimônia virtual transmitida pelas redes sociais da Câmara Brasileira do Livro (CBL), organizadora do evento.

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Camila Fregona