Curso de graduação em Engenharia Elétrica celebra 50 anos de existência

22/12/2021 - 16:33  •  Atualizado 01/11/2022 09:23
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Reconhecido como um dos melhores cursos do Brasil, o curso de Engenharia Elétrica, do Centro Tecnológico (CT) da Ufes, comemora neste ano de 2021 seus 50 anos de existência. Com mais de 1.700 engenheiros eletricistas formados, atuando nas mais diversas áreas do conhecimento e em instituições no país e no exterior, o curso vem reforçando, a cada ano, a sua importância na formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho e no desenvolvimento científico e tecnológico nacional. Desde a criação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), em 2004, o curso de Engenharia Elétrica da Ufes foi classificado com notas sempre acima de 4, sendo que nas duas últimas edições (2017 e 2019) obteve nota 5 (a nota máxima).

Atualmente, o curso de graduação conta com 462 estudantes matriculados e possui um corpo docente de 36 professores. Em média, são formados 50 alunos por ano.

“Além de um curso de qualidade, o envolvimento de muitos de nossos professores com pesquisa oferece aos nossos alunos oportunidades de iniciação científica, complementando a sua formação com participação em projetos e desenvolvimento de pensamento científico, elementos fundamentais para o desenvolvimento e inovação tecnológica de um país. Nosso curso faz bonito nos exames de avaliação, mostrando a qualidade da formação dada aos nossos alunos, assim como a competência profissional adquirida por eles, e reafirmando a nossa posição entre os melhores cursos de Engenharia Elétrica do país”, ressalta a coordenadora do curso, professora Raquel Frizera Vassallo.

Ela enfatiza ainda que, para acompanhar o desenvolvimento tecnológico e atender cada vez mais o tripé ensino, pesquisa e extensão, que representa a missão da universidade, o projeto pedagógico do curso vem sendo modificado e modernizado constantemente.

“Como determinado pelo Plano Nacional de Educação e estabelecido pelo Conselho Nacional de Educação, a partir de 2022, teremos um novo projeto pedagógico em vigor, onde nossos alunos, além de participar das atividades de ensino e pesquisa, deverão se dedicar a atividades de extensão em um total de 10% da carga horária do curso. Isto permitirá que nós, enquanto curso, professores e alunos, possamos contribuir mais efetivamente para a comunidade externa à universidade, usando nosso conhecimento em prol do coletivo”, conclui.

Vassallo lembra que, neste ano de 2021, também são comemorados os 30 anos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE) e os 15 anos do Programa de Educação Tutorial da Engenharia Elétrica (PET Elétrica). O PPGEE oferece os cursos de mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica, avaliados com conceito 5 (muito bom) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e já formou mais de 300 mestres e 100 doutores.

Já o PET Elétrica é um programa que consiste em promover e desenvolver o tripé acadêmico ensino, pesquisa e extensão, contemplando alunos e a sociedade civil. Atualmente, conta com 18 projetos acadêmicos que contribuem para o profissionalismo dos estudantes. Ao longo desses anos, cinco tutores e mais de 100 alunos bolsistas participaram do programa.

Para celebrar as três datas, o PET Elétrica editou o primeiro número da revista eletrônica comemorativa Painel, na qual aborda as principais conquistas e realizações do curso.

Sessão solene

No dia 15 de dezembro, foi realizada na Câmara Municipal de Vitória uma sessão solene (foto ao lado) em comemoração aos 50 anos do curso de Engenharia Elétrica. Participaram do evento professores, servidores, estudantes e autoridades. A mesa da cerimônia foi presidida pelo presidente da Câmara, vereador Davi Esmael, e contou com as presenças do vice-reitor Roney Pignaton; do diretor do CT, Lorenzo Augusto Ruschi e Luchi; do chefe do Departamento de Engenharia Elétrica, José Leandro Félix Salles; da coordenadora do curso de Engenharia Elétrica, Raquel Frizera Vassallo; do coordenador do PPGEE, Domingos Sávio Lyrio Simonetti; e do professor Dante José de Araújo, um dos responsáveis pela criação do curso.

Na ocasião, o vice-reitor Roney Pignaton destacou a importância do curso. “É um prazer imenso participar desta homenagem em comemoração aos 50 anos do curso de Engenharia Elétrica da nossa Universidade. Trata-se de um curso que é orgulho para toda sociedade. Um curso que oferece um ensino de qualidade e contribui de forma competente para a formação de futuros profissionais, e que sempre teve uma trajetória edificante, que proporcionou e vem proporcionando a formação de engenheiros eletricistas de excelência, que são destaques no cenário estadual, nacional e internacional”. O vice-reitor evidenciou ainda o empenho de professores, servidores e alunos no fortalecimento e na qualidade do curso.

A coordenadora Raquel Vassallo reforçou a importância do curso. “Passados esses primeiros 50 anos, é com grande alegria e satisfação que vemos muitos dos nossos ex-alunos desempenhando suas funções como engenheiros em vários lugares do país e do mundo. Não podemos também esquecer daqueles que resolveram abraçar a carreira acadêmica e se tornaram professores em várias universidades, faculdades e institutos pelo Brasil afora ou mesmo no exterior. Todos nós, professores, servidores e alunos, atuais e anteriores, temos que nos orgulhar do nosso curso nesses 50 anos de existência. Somos bons, mas não significa que ainda não podemos melhorar. Acredito piamente que este compromisso e essa dedicação continuarão fortes por muitos, muitos anos, mesmo diante de todas as dificuldades que passamos enquanto instituição pública de ensino neste país. Não há crescimento para o Brasil sem a educação”, finalizou.

História

O curso de Engenharia Elétrica da Ufes foi criado por meio da Resolução nº 22/71, mas as atividades acadêmicas tiveram início em 1972. A motivação para a sua criação foi o começo da implantação dos chamados “grandes projetos”, como as construções da usina hidrelétrica de Mascarenhas, do porto de Tubarão, das usinas de pelotização e das implantações da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), atual ArcelorMittal Tubarão, e da Aracruz Celulose, atual Suzano Papel e Celulose.

A primeira estrutura curricular do curso era dividida em um ciclo básico de dois anos, comum a todas as engenharias, e um ciclo profissional de três anos. Esta estrutura já previa um projeto de graduação e a realização de estágio supervisionado. Nela não havia disciplinas optativas.

Em 1981, entrou em vigor uma nova estrutura curricular, que criava especializações em Telecomunicações, Eletrotécnica e Eletrônica. As disciplinas eram divididas em blocos e continuava a haver uma distinção clara entre ciclo básico e profissional. Não havia mais a obrigatoriedade de se fazer um projeto de graduação. Em 1990, foi criada uma nova estrutura curricular, reinserindo o projeto de graduação e praticamente não permitindo flexibilidade no currículo, pois não havia disciplinas optativas.

Em 1996, foi criada uma nova estrutura curricular na qual foram introduzidas ênfases que possibilitam o aprofundamento de estudos e/ou conhecimentos em certos campos sem detrimento da formação generalista. O uso de ênfases e de disciplinas optativas permitiu que um aluno, já com uma formação generalista, pudesse aprofundar seus conhecimentos dentro de áreas específicas como Eletrônica, Sistemas de Energia, Telecomunicações e Computação.

A última reformulação ocorreu em 2009, quando foi elaborado um novo Projeto Político e Pedagógico (PPC), que trouxe alterações como a inclusão da ênfase em Controle e Automação, maior flexibilidade na escolha das disciplinas optativas e na oferta de disciplinas e regulamentação das atividades complementares, entre outras. As atualizações têm o objetivo de fazer frente às inovações tecnológicas e às demandas do mercado de trabalho.


Texto: Jorge Medina
Imagens: Revista Painel - PET Elétrica
Edição: Thereza Marinho