O projeto Manutenção do Estoque Natural: Experiências Compartilhadas com a Comunidade Tradicional (Enec), desenvolvido por pesquisadores da Ufes, obteve o primeiro lugar nacional no edital do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), concorrendo com outras 30 propostas. O trabalho, que terá início em 2024, prevê a restauração dos manguezais mortos nos rios Piraquê-Açú e Mirim, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracruz.
Compõem o projeto os pesquisadores Andreia Gontijo, Antelmo Falqueto e Mônica Tognella, do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes); Gilberto Barroso e Jacqueline Albino, do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN); Helia Del Carmen Espinoza, da Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest); e os doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Ambiental (PPGOA) da Ufes, Maykoll Hoffmann e Vanessa Spinassé. Além deles, também atuarão no Enec, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracruz (Semam), o secretário Aladim Cerqueira; a gestora da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Municipal do Piraquê, Priscila Santos; o gerente ambiental Fabrício Rosa; e a educadora ambiental Eva Cordeiro.
Os cientistas vão desenvolver técnicas de restauração em processo compartilhado com a comunidade tradicional, assim como estudar os processos de vazão de água doce e batimetria das bacias para compreender quais são os impactos locais que provocaram a mortalidade de mais de 700 hectares de manguezal. O projeto prevê ainda o desenvolvimento de material de educação para a sustentabilidade. A intenção é envolver a comunidade tradicional, para que ela se torne agente ativo na preservação do meio ambiente.
“O financiamento de R$ 7 milhões, proveniente da Petrobras e do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], e o suporte da Semam de Aracruz serão fundamentais para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e estimar o potencial da área recuperada para o estoque de carbono azul brasileiro”, destacam os pesquisadores.
Educação e turismo
Eles apontam que o Projeto Enec, que terá duração de 48 meses, não busca apenas a restauração ambiental, mas também promoverá iniciativas para agregar valor aos manguezais capixabas, incluindo propostas de turismo e educação para a sustentabilidade. “Este investimento não apenas beneficiará o ecossistema local, mas também impactará positivamente a economia do Espírito Santo”, afirmam.
Além das metas principais, o projeto contempla estudos de diversidade genética do mangue, dando continuidade à pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), aprovada no edital Universal 2021.
Com informações e foto do Ceunes
Edição: Thereza Marinho