Sessão especial no Cine Metrópolis apresenta documentário sobre endometriose

O Cine Metrópolis abre espaço em sua programação para falar sobre uma doença que afeta várias mulheres em idade reprodutiva. O documentário Endometriose, a minha dor não é normal, de Marcia Paraíso, será exibido neste sábado, 15, às 10 horas. A sessão tem entrada gratuita e será seguida de debate.

Produzido pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), o média-metragem reúne depoimentos de mulheres que abordam desde a dificuldade de diagnóstico da endometriose até a convivência com a dor. Há, ainda, relatos de ginecologistas sobre a doença, que consiste no aparecimento de pedaços do endométrio - tecido interno do útero - em regiões fora desse músculo.

Segundo a diretora e roteirista do documentário, Marcia Paraíso, o principal desafio para realizar o filme foi a elaboração da narrativa. "Contei com o apoio e o empenho de uma equipe de mulheres que se mobilizou para pensarmos juntas. A ideia era ter um filme que sensibilizasse a sociedade para a existência da doença", afirma.

Para atender à demanda de conscientização, além de mulheres com variados perfis socioeconômicos, foi escalada para o elenco a atriz Larissa Manoela, que em 2021 revelou ser portadora de endometriose. "Entendemos o potencial que ela traz de comunicabilidade com o público jovem", explica a diretora.

De acordo com Paraíso, a dificuldade de reconhecer a doença como tal é, também, fruto de uma sociedade machista que entende a dor da mulher como sinônimo de fraqueza. 

"Fomos educadas para sermos fortes e a dor não cabe dentro dessa 'fortaleza de produtividade'. Mesmo em 2022, temos que ser aquelas que acolhem, que afagam, que cuidam, que curam. E, ao mesmo tempo, que asseguram o equilíbrio no ambiente familiar. Não nos foi dado esse espaço de nos distanciarmos porque sentimos dor incapacitante", avalia.

Veja a sinopse do filme:

Endometriose, a minha dor não é normal, de Marcia Paraíso (Brasil, 2022, 28') 

O documentário revela, a partir de relatos de múltiplas mulheres, diversas histórias de vida e experiências com a doença, da dificuldade de diagnóstico à convivência com a dor incapacitante. A endometriose, doença que afeta 1 entre 10 pessoas que menstruam no mundo, precisa ser conhecida para que não se repita o entendimento de que a cólica menstrual é uma normalidade.

Texto: Superintendência da Comunicação da Ufes