Universidade Federal do Espírito Santo
“Agora nós estamos testemunhando o alvorecer de uma nova era: a era da inteligência artificial. Essa era tem o potencial de mudar completamente o mundo como a gente conhece para muito além do que foi, por exemplo, a internet. Vou continuar nessa jornada de aprendizado e de produção de conhecimento. Venham comigo! Vai ser emocionante, como tem sempre sido”. Foi com este convite que o professor do Departamento de Informática Alberto Ferreira de Souza encerrou seu discurso na sessão solene do Conselho Universitário que lhe concedeu o título honorífico de professor emérito.
A solenidade foi realizada no auditório da Biblioteca Central da Ufes na tarde desta quinta-feira, 11, com a presença do reitor da Ufes e presidente do Conselho, Paulo Vargas; do vice-reitor, Roney Pignaton; e do vice-presidente do Conselho de Curadores da Ufes, Fernando Bissoli; além de gestores da Universidade, professores, técnicos administrativos, familiares, alunos e ex-alunos do professor.
O título honorífico de professor emérito foi concedido a Alberto de Souza pela relevância de suas atividades em pesquisa, ensino, extensão e gestão, e pela visibilidade conferida à Ufes. A proposta, apresentada pelos professores do Departamento de Informática Claudine Baduê e Thiago dos Santos, e relatada pelo diretor do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), Luiz Antonio Fávero Filho, foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário.
O reitor Paulo Vargas destacou que, desde 1993, o professor vem contribuindo de forma importante para a Ufes, além de alcançar projeção nacional e internacional pelo desenvolvimento de pesquisas nas áreas de visão computacional, redes neurais artificiais e robótica autônoma. “O nosso professor emérito está na história desta Universidade pela trajetória acadêmica comprometida, pela capacidade de se doar no exercício da docência, pela generosidade de compartilhar o saber e por sua visão de futuro”.
Vargas completou: “a trajetória do professor Alberto Ferreira de Souza deixa frutos duradouros para a Ufes, pois seu trabalho contribuiu para a construção de uma universidade moderna, integrada à sociedade e disposta a crescer sempre. As atuais gerações têm em você, professor Alberto, um exemplo definitivo de que é preciso sonhar e de que é possível realizar. Parabéns por sua trajetória dignificante”.
Na foto: Fernando Bissoli; Luiz Antonio Fávero Filho; o vice-diretor do Centro Tecnológico, Bruno Loureiro; Alberto Ferreira de Souza; Paulo Vargas; e Roney Pignaton.
Referência
Docente da Ufes desde 1993 e atualmente aposentado, Souza atua como professor voluntário desde 2019. “Amo a Universidade, passei boa parte da minha vida aqui. Recebo esse título com alegria imensa, mas com muita humildade, por saber que é recíproco: a Ufes me deu muito para eu chegar até onde cheguei”, afirma o professor.
Referência nas áreas de Ciência e Engenharia da Computação, Souza tem uma trajetória extensa na Ufes. Foi coordenador do curso de Engenharia da Computação, chefe do Departamento de Informática, vice-diretor do Centro Tecnológico, coordenador do Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD), diretor superintendente do Instituto de Tecnologia, diretor de Pesquisa e o primeiro pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade.
Entre os inúmeros projetos que coordenou, ele elege como marco a construção do supercomputador Enterprise, pelo LCAD, totalmente operacional desde 2003, que conta com um sistema montado por 65 microcomputadores que trabalham interligados. Nos anos seguintes, o Laboratório ainda criou os Enterprises 2 e 3. “Esses computadores alavancaram nossa pesquisa por vários anos”, afirma o professor.
Souza lembra também da criação do doutorado em Ciência da Computação, em 2010, quando era coordenador do Programa de Pós-Graduação em Informática. No seu currículo está, ainda, a coordenação do primeiro Planejamento Estratégico da Ufes.
No último dia 3, o professor ministrou um debate sobre inteligência artificial, no qual relembrou alguns projetos do LCAD, incluindo a construção do carro autônomo da Ufes, o Iara (Intelligent Autonomous Robotic Automobile), segundo ele, “o carro autônomo mais avançado do Hemisfério Sul”. Iara já teve sua tecnologia aplicada em caminhões e aeronaves, além de participar de concursos de robótica pelo mundo.
Novo projeto
Agora, adianta o professor, sua principal pesquisa está alocada no Instituto de Inteligência Computacional Aplicada (I2CA), onde ele coordena o projeto de Inteligência Computacional Autônoma. “Ela é um passo depois do ChatGPT”, explica, referindo-se ao recente lançamento do assistente virtual inteligente que vem pautando o debate sobre a evolução dessas tecnologias. “Vamos colocar essa inteligência computacional autônoma num robô, que chamamos de Hércules, e esperamos que fale, execute tarefas e aprenda tarefas novas”, diz.
A entrega do título faz parte da programação do aniversário de 69 anos da Ufes, que durante o mês de maio oferece atividades culturais, formativas e esportivas para toda a comunidade.
Texto: Thereza Marinho e Leandro Reis
Fotos: Thereza Marinho e arquivo do professor
