Cantora capixaba Luíza Boê faz show gratuito no Teatro Universitário nesta quinta, 18

17/05/2023 - 15:30  •  Atualizado 18/05/2023 18:55
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Expoente da nova MPB, a cantora e compositora capixaba Luíza Boê (foto) apresenta o show Terramar no Teatro Universitário nesta quinta-feira, 18, a partir das 20h30. O espetáculo tem entrada gratuita e os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro com uma hora de antecedência.

Baseado no EP homônimo lançado em 2019, Terramar também traz no repertório canções do segundo álbum da cantora, Amanheci, de 2021, além de versões que dialogam com a temática do show, como Grão de Mar, de Chico César, e Beira-Mar, de Roberto Mendes e José Carlos Capinan, ambas conhecidas na voz de Maria Bethânia. O espetáculo terá a participação especial do guitarrista paraense Manoel Cordeiro, grande referência do instrumento no Brasil.

Com produção de Kassin (Marcelo Jeneci, Vanessa da Mata, Los Hermanos) e participações de músicos renomados, como Fernando Catatau e Jaques Morelenbaum, o EP ganhou os palcos apenas até dezembro de 2019, antes que a pandemia de covid-19 interrompesse a turnê. Agora, Boê apresenta um show repaginado, com novos arranjos, cenários e figurino.

“É um novo momento, uma nova Luíza. Ninguém saiu igual dessa pandemia”, afirma a cantora. Além das sequelas da pandemia, a criação e o lançamento de um novo disco, Amanheci, contribuíram para a construção de um novo olhar de Boê para as músicas lançadas em 2019. “Isso me trouxe outras pesquisas sonoras, me fez rearranjar essas músicas, que não necessariamente seguem a estética sonora do EP. Percebi que, para além de um momento na minha carreira, o Terramar fala de mim de uma forma mais constante do que outros trabalhos. Existe uma força maior na dimensão ritual desse show. Mais do que nunca, minha espiritualidade está muito firmada em mim”.

Água, terra, fogo

A estética visual do show acompanha o universo sonoro e lírico do EP, no qual elementos como água, terra e fogo conduzem uma narrativa criada pela cantora. O público do Teatro verá, no palco, um cenário composto por conchas, rede de pescador e uma tenda. “Toda vez que estou pensando em um álbum, penso num universo inteiro – palavras, cores, temáticas. Gosto muito da ideia de álbuns conceituais. Isso tudo vem de forma orgânica. Fico tão imersa no processo criativo que isso se apresenta de forma natural”, explica.

O espetáculo também carrega as influências de poetas admirados por Boê, como Hilda Hilst e Sophia de Mello Breyner Andresen – portuguesa conhecida por seus poemas sobre o mar, os quais a cantora recita durante o show. Boê conta que a poesia está presente na sua vida desde a infância, quando escrevia versos num caderno, por volta dos 7 anos de idade. Ao mesmo tempo, sempre gostou de cantar.

“Pedia para a minha mãe me levar em uma pizzaria em Manguinhos porque lá tinha um karaokê”, lembra ela. A música se juntou à poesia na adolescência, quando a cantora começou a tocar violão e compor. Nascida nas montanhas mineiras do Caparaó, ela se mudou para Vitória com apenas 15 dias de vida. Hoje, mora em São Paulo, onde faz graduação em Música. Com trajetória por diversos palcos no Brasil, ela diz que cantar em Vitória “é a coisa mais curadora e especial que pode existir”.

“Tenho grandes amores e delícias em Vitória, ao mesmo tempo que dores profundas que vivi crescendo. Cantar na minha cidade, poder mostrar a Luíza que me tornei para as pessoas que me conhecem é sempre muito mais grandioso do que cantar para alguém que não sabe a sua história. Desde o começo da turnê, estou falando que este show é o mais especial de todos”, afirma.

 

Texto: Leandro Reis
Foto: Julia Pavin
Edição: Thereza Marinho