É com sentimento de reparação que a Administração Central da Ufes recebe a decisão da Justiça Estadual, por meio da 4ª Vara Criminal de Vitória, que condenou os autores de crime de injúria racial praticados contra o professor do Centro de Educação e pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil da Universidade, Gustavo Forde.
A Administração Central da Ufes enaltece a decisão judicial, que demonstra que crimes desta natureza não ficarão impunes, e manifesta sua solidariedade ao professor Gustavo Forde, repudiando toda forma de discriminação, seja religiosa, racial e de gênero, considerando a importância pelo respeito às diferenças que compõem a formação social no Brasil.
Mais que isso, a Universidade reafirma seu compromisso de continuar e aperfeiçoar sua trajetória na luta pelo fim de todos os tipos de desigualdades sociais, em especial pelo fim de qualquer forma de racismo.
Para Gustavo Forde, a decisão da Justiça Estadual do Espírito Santo inaugurou um marco histórico na forma de enfrentamento ao racismo e aos crimes raciais. “Quase sempre, os crimes raciais têm sido registrados e julgados como crimes de ofensa à honra pessoal (injúria) em detrimento do entendimento de ser um crime que afeta a populaçao negra deste país. Não há dúvidas de que a presente condenação reflete uma conquista histórica para a luta contra o racismo no Espírito Santo. Desde já, meu agradecimento para todas as pessoas com as quais caminhamos juntas ‘ombro a ombro’ para obtermos esta vitória”, afirmou o professor.
Entenda o caso
Os ataques racistas contra o professor Gustavo Forde ocorreram após a publicação de uma entrevista concedida ao jornal A Gazeta em abril de 2019, na qual destacou-se o lançamento do livro Vozes Negras na História da Educação: Racismo, Educação e Movimento Negro no Espírito Santo (1978-2002), de autoria do professor, e foram abordados assuntos como o protagonismo do movimento negro, o racismo institucionalizado, e a constituição da sociedade e da educação em nível estadual e nacional. Após a divulgação da entrevista, Forde foi vítima de comentários racistas na internet, que colocavam em cheque sua competência.