Sucesso de público, peça A Última Sessão de Freud chega ao Teatro Universitário

Grande sucesso do teatro brasileiro, a peça A Última Sessão de Freud chega ao Teatro Universitário para quatro apresentações no fim desta semana. Visto por mais de 80 mil pessoas desde a estreia, em 2022, o espetáculo tem no centro dois personagens importantes do século XX: o pai da psicanálise, Sigmund Freud, vivido por Odilon Wagner, e o escritor C.S. Lewis, interpretado por Marcello Airoldi.

Na sexta, 5, o espetáculo começa às 20 horas; no sábado, há duas sessões, às 17 e às 20 horas; e, no domingo, 7, às 17 horas. Os ingressos estão à venda pelo site Le Billet.

Escrita pelo dramaturgo norte-americano Mark St. Germain e dirigida por Elias Andreato, a trama apresenta um encontro fictício entre Freud e C.S. Lewis. Os pensadores conversam no consultório do psicanalista na Inglaterra, onde Freud estava exilado após fugir da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Ao longo do diálogo, Freud, crítico implacável da crença religiosa, e C.S. Lewis, renomado professor de Oxford, crítico literário, ex-ateu e influente defensor da fé baseada na razão, debatem, de forma apaixonada, o dilema entre o ateísmo e a fé em Deus. O psicanalista tenta entender por que um intelectual como C.S. Lewis, pode, segundo suas palavras, “abandonar a verdade por uma mentira insidiosa”, tornando-se um cristão convicto.

As questões abordadas na peça também serão tratadas em um encontro nesta quinta-feira, 4, entre os atores da peça e estudantes dos cursos de Psicologia e Filosofia da Ufes. Conduzido pelos professores Jorge dos Santos e Adriano Jardim, o encontro será às 19h30, no auditório do Centro de Ciências Exatas (CCE), campus de Goiabeiras.

Sentido da vida

Além das questões em torno da existência ou não de Deus, os personagens conversam sobre o sentido da vida, a natureza humana, sexo e morte, resultando em um espetáculo que se conecta com o espectador. Segundo St. Germain, apesar do embate de ideias que conduz a narrativa, a peça não se restringe a um mero debate. “Pelo bem da ação dramática, situei o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a Inglaterra ingressou na Segunda Guerra Mundial. Então, são dois homens no limite, sabendo que Hitler poderia bombardear Londres a qualquer minuto”, afirma.

O ator Odilon Wagner define a experiência de interpretar Freud como fascinante. “A construção desse personagem me fez vibrar desde a primeira leitura. Foram meses estudando sua vida e personalidade, para tentar trazer um recorte mais fiel possível do último ano de vida desse grande gênio do século XX”, diz.