Um artigo fruto de parceria internacional entre a Ufes, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Duke-NUS Medical School, de Singapura, reúne informações sobre as principais ferramentas de bioinformática e biologia molecular usadas para contornar o período pandêmico. Os pesquisadores indicam que as tecnologias em bioinformática foram fundamentais para o desenvolvimento científico dentro desse contexto. A conclusão foi publicada na revista acadêmica internacional Heliyon.
Para a professora e pesquisadora do Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM) do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes Débora Meira, uma das autoras do artigo, os avanços nesse período foram grandes. Ela acredita que a ciência nunca havia passado por tanta evolução em um período de tempo tão curto. Os esforços globais resultaram na decodificação do genoma viral da covid-19, na identificação de pessoas mais vulneráveis e no desenvolvimento de métodos para diagnóstico, tratamento e prevenção.
“Foi um grande salto tecnológico e geramos dados científicos a uma velocidade sem precedentes, de maneira a compreender a doença e facilitar o desenvolvimento de vacinas e tratamentos. Foram criadas importantes ferramentas de bioinformática, que ajudarão a nos preparar para as próximas pandemias. A pandemia de covid-19 foi muito traumática e ainda estamos sofrendo suas consequências. Mas, com todo esse avanço científico, poderemos evitar situações semelhantes”, declara Meira.
Covid longa
Segundo a professora, os esforços mundiais agora se voltam para a chamada “covid longa”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que a covid longa é caracterizada por sintomas que aparecem na fase aguda da covid-19, persistem por mais de dois meses e que não podem ser explicados por diagnósticos alternativos. Alguns sintomas são: perda de olfato e paladar, perda de memória, distúrbios do sono, sintomas cardiorrespiratórios e fadiga.
“São sintomas que causam grandes impactos na qualidade de vida das pessoas. Diante disso, novos esforços estão sendo desenvolvidos para compreender os fatores genéticos que levam ao desenvolvimento da covid longa. Nós fazemos parte de um empenho nacional que busca estudar esse fenômeno e recebemos o apoio financeiro do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]”, explica a professora.
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