Mutirão vai avaliar saúde ocular de pacientes com diabetes neste sábado, 27

25/11/2021 - 18:13  •  Atualizado 26/11/2021 18:44
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Estudantes e professores da Ufes se unirão a médicos e servidores do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes), além de voluntários, para atender gratuitamente mais de cem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que vivem com diabetes. Será na segunda Ação Pelo Diabetes - Narpo, agendada para o próximo sábado, 27, a partir das 7 horas, no Centro de Visão do Hucam. A ação, realizada em formato de mutirão, é uma iniciativa do Núcleo Avançado de Retina e Pesquisa em Oftalmologia (Narpo), programa de extensão da Ufes que se dedica a desenvolver pesquisas e ações para a promoção da saúde ocular. 

Um dos principais objetivos do evento é avaliar se os pacientes que vivem com diabetes estão fazendo acompanhamento e controle adequado da retinopatia diabética. A doença afeta microvasos na retina em decorrência do diabetes descompensado e é a principal causa de cegueira no Brasil.

Nesta edição da Ação Pelo Diabetes - Narpo, uma das formas de aferir a condição oftalmológica dos pacientes será por meio do equipamento Phelcom Eyer, o primeiro retinógrafo portátil com alta qualidade no mundo. Os aparelhos foram emprestados pela empresa que desenvolveu o produto, e possibilitam que mais pacientes sejam avaliados criteriosamente num intervalo de tempo reduzido, com resultados disponíveis instantaneamente. A tecnologia otimiza a avaliação de retinopatia diabética, foco da campanha, mas também possibilita a análise de outras condições clínicas, como glaucoma, descolamento de retina, degeneração macular relacionada à idade e retinoblastoma. Assim, cada paciente poderá ter uma consulta médica mais completa para saber como está a saúde de seus olhos.

Com o mutirão, diversos pacientes já cadastrados que estão com consultas médicas atrasadas ou que não realizam acompanhamento adequado poderão receber orientações para o manejo de sua condição clínica. Eles também poderão realizar, no mesmo atendimento, exames mais específicos, como tomografia de coerência óptica, procedimentos terapêuticos com laser e medicamentos, além do agendamento de cirurgias, conforme a necessidade de cada caso.

Para atender toda a demanda, o evento contará com mais de 30 voluntários, entre acadêmicos de Medicina, médicos, enfermeiros e servidores. Protocolos de segurança serão rígidamente seguidos a fim de garantir a saúde de todos em razão da pandemia do novo coronavírus.

Risco silencioso

Cerca de 16 milhões de pessoas no Brasil vivem com diabetes no Brasil. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), esse número, que cresceu 3,3 milhões nos últimos dez anos, pode ultrapassar os 19 milhões em 2030. No mundo, estima-se que uma em cada dez pessoas adultas conviva com a doença, que é grave, não tem cura e pode trazer complicações e consequências em vários sistemas do organismo.

Quase metade da população com diabetes não sabe que tem a doença. Por ser silenciosa, muitas pessoas não tratam a diabetes e aumentam o risco de desenvolver complicações que, com acompanhamento médico adequado, podem ser evitadas. A retinopatia diabética é uma dessas complicações que acomete a retina e pode causar desde comprometimento visual até cegueira, incapacitando a população acometida.

A retinopatia diabética constitui uma grande ameaça para a preservação da saúde do paciente com diabetes e um grande ônus social e econômico para o sistema de saúde pública. O diagnóstico e o tratamento precoce, tanto do diabetes quanto da retinopatia diabética, são fundamentais para a manutenção da qualidade visual e de vida da população que sofre com a doença. 

Prevenção e controle

Além da avaliação oftalmológica, os pacientes atendidos na Ação Pelo Diabetes - Narpo receberão orientações médicas sobre como ter uma vida mais saudável e como controlar o diabetes. Isso porque a educação acerca da doença deve ser feita permanentemente, tanto quando se fala em prevenção quanto se almeja seu controle, o que evita agravos agudos e crônicos em longo prazo. A compreensão da doença contribui para sua detecção precoce e redução da velocidade das complicações secundárias, especialmente a cegueira decorrente da retinopatia diabética.

O evento é coordenado pelo médico oftalmologista Thiago Cabral e conta com apoio da Federação Internacional de Diabetes (IDF), da Federação Nacional das Associações e Entidades em Diabetes (Fenad), da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), do Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

 

Texto: com informações do Narpo (atualizada em 26/11/21, às 13h43)
Imagens: Divulgação
Edição: Thereza Marinho